Após drones na Polônia, Kremlin diz que Otan está em guerra com Rússia

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está em guerra com a Rússia. A declaração foi feita nesta segunda-feira (15/9), e marca o aumento da tensão entre o país liderado por Vladmir Putin e a Polônia, após drones russos invadirem o espaço aéreo polaco.

“A Otan está em guerra com a Rússia. É evidente, e não precisa de nenhuma confirmação adicional”, ressaltou Peskov em uma coletiva de imprensa.

Entenda os drones russos na Polônia

  • Na terça-feira (9/9), defesas da Polônia identificaram ao menos 19 drones russos invadindo o espaço aéreo do país.
  • As autoridades da Polônia fecharam o Aeroporto Internacional de Varsóvia e acionaram aeronaves da Otan, após relatos de drones russos próximos à fronteira com a Ucrânia.
  • Esta foi a primeira vez, desde o início da guerra na Ucrânia, que um país da Otan disparou contra capacidade militares da Rússia.
  • Após o incidente, cuja autoria a Rússia nega, países da Otan iniciaram movimentações militares na Europa.

Ainda segundo Peskov, “a Otan está de fato participando desta guerra” ao fornecer apoio direto e indireto à Ucrânia. Mesmo sem ingressar no bloco, o governo ucraniano recebe recursos militares dos países membros da organização e subsídios para comprar armas dos EUA.

O premiê polônes, Donald Tusk, classificou a ofensiva como o “mais próximo que estivemos de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial”.  Assim que drones russos foram detectados, caças aéreos da Otan foram ativados para repelir qualquer ameaça, sendo eles o F-16 poloneses, F-35 holandeses, AWACS italianos, aviões de transporte multimissão do bloco e Patriots alemães.

A Polônia repudiou a ofensiva russa e convocou reuniões de urgência com a Otan e a ONU para discutir as medidas cabíveis ou sanções que poderiam ser aplicadas a Rússia. Após esta ofensiva, é possível que a Polônia e países membros da Otan intensifiquem o apoio à Ucrânia, assim como devem fortalecer os sistemas antidrones para combater a Rússia.

Em comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia, Putin negou a invasão, e alegou que a operação com drones visou instalações militares na Ucrânia. Um dos drones russos atingiu um prédio residencial, mas ninguém ficou ferido.

Tropas na Bielorússia

Após a invasão dos drones, a Rússia iniciou um novo exercício militar em conjunto com Belarus, previsto para acontecer entre os dias 12 e 16 deste mês. A atividade, chamada Zapad-2025, acontece no país comandado por Aleksandr Lukashenko, que divide cerca de 400 km de fronteira com a Polônia.

Os objetivos, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, são aprimorar a cooperação entre os dois países “para manter a paz, proteger interesses e garantir a segurança militar”.

Mesmo com a alegação de que o exercício militar possuí caráter defensivo, a Polônia, e outras nações da Otan, o enxergam como um ensaio para um possível ataque ao território polonês.

Por isso, o governo de Donald Tusk decidiu fechar a fronteira com a Bielorússia, e enviou 40 mil soldados para a região. Além do destacamento polonês, a Otan também anunciou uma resposta ao incidente envolvendo os veículos aéreos não-tripulados da Rússia.

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