Em NY, Lula terá agendas sobre democracia, Palestina e meio ambiente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca no domingo (20/9) para Nova York, nos Estados Unidos, onde participará da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na próxima semana. À margem do encontro, ele terá reuniões bilaterais e agendas para discutir democracia, meio ambiente, conflitos em curso e outros temas.
O petista deve permanecer em solo norte-americano por ao menos quatro dias. Neste ano, a reunião será marcada pelo aniversário de 80 anos das Nações Unidas, criada em 1945, por ocasião da assinatura da Carta de São Francisco. Atualmente, a organização é composta por 193 estados membro e dois observadores (Palestina e a Santa Sé).
Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro estado membro a discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, seguido do anfitrião, os Estados Unidos. O presidente brasileiro abre da sessão do dia 23 de setembro, na terça-feira (23/9), pela manhã.
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Mas além da manifestação na abertura dos trabalhos, Lula deve ter uma agenda intensa ao longo dos dias. Até o momento, o governo brasileiro confirmou uma reunião bilateral com o secretário-geral da ONU, António Guterres. O encontro deve ocorrer momentos antes do discurso do petista.
À margem do evento, no dia 22, o chefe do Planalto também vai participar sessão da conferência internacional para resolução pacífica da questão Palestina e a implementação da solução de dois estados, convocada por França e Arábia Saudita. A primeira sessão da conferência ocorreu em julho, com a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Agora, a discussão vai ocorrer a nível de chefe de Estado.
“O Brasil espera que a segunda sessão da conferência sirva de oportunidade para que mais Estados reconheçam o Estado Palestino, juntando-se aos mais de 147 países que já o fizeram, incluindo o Brasil”, reforçou o ministro Marcelo Marotta Viegas, diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty.
Lula ainda vai liderar, ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, e do presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, a reunião em “Em defesa da democracia, lutando contra o extremismo”. A primeira edição do evento ocorreu no ano passado, também à margem da reunião da ONU. O encontro busca reafirmar compromissos em torno da democracia, do multilateralismo e do Estado Democrático de Direito.
Vale lembrar que a visita de Lula aos Estados Unidos ocorre em um momento de tensão com o governo norte-americano, que voltou a fazer ameaças ao Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Meio ambiente na agenda de Lula nos EUA
Parte da agenda do petista nos Estados Unidos será focada na agenda ambiental, de forma preparatória à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
Nesse sentido, Lula participará da chamada Cúpula das NDCs, evento sobre ação climática com foco na mobilização para que os países apresentem suas metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa — as NDCs [Contribuição Nacionalmente Determinada].
De acordo com Mário Gustavo Mottim, chefe da Divisão de Ação Climática do Ministério das Relações Exteriores, até o momento 30 países já apresentaram suas contribuições.
“A ideia é que esse evento seja uma grande reflexão, profunda, sobre as dificuldades no cumprimento dos compromissos nacionais; o que se pode fazer para melhorar a resposta coletiva dos países em relação a esses compromissos”, pontuou Mottim.
Ainda no campo do meio ambiente, Lula participará de eventos que vão discutir a adaptação climática e o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será lançado pelo Brasil na presidência da COP.