Docentes de Direito da UFPR saem em defesa da filha de ministro do STF
Os professores da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) saíram em defesa da também professora e diretora do Setor de Ciências Jurídicas da instituição, Melina Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Na última sexta-feira (12/9), Melina foi alvo de xingamentos e de uma cusparada no campus da universidade, em Curitiba.
O grupo manifestou solidariedade à colega e reafirmou que a convivência democrática deve orientar a universidade e toda a sociedade. “Divergências políticas e ideológicas são legítimas, mas nunca podem justificar agressões ou intimidações”, diz um trecho da nota de desagravo.
“Reiteramos nosso repúdio a toda forma de violência, em especial contra quem atua na defesa dos direitos humanos e da liberdade acadêmica. Opiniões devem ser expressas com respeito e diálogo, jamais com violência”, finaliza o texto.
Ao todo, 87 professores assinaram a nota.
Já a UFPR informou, em nota divulgada nesta segunda-feira (15/9), que está analisando a agressão sofrida pela professora Melina Fachin. “A UFPR analisa a situação ocorrida com a professora Melina Fachin na última sexta-feira (12). Ela será debatida em reunião do Conselho de Planejamento e Administração (COPLAD) da universidade na próxima terça-feira (16)”, diz a nota da universidade.
Até o momento, a UFPR não detalhou se abrirá procedimento interno para apurar a ocorrência. A universidade reiterou, no entanto, que o caso será apreciado oficialmente pelo Coplad. O Metrópoles tentou contato com Melina Fachin, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
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O que aconteceu
Na última sexta-feira (12/9), Melina, que é professora e diretora da Faculdade de Direito da instituição, foi alvo de xingamentos e de uma cusparada no campus da universidade, em Curitiba. Segundo relato do marido dela, o advogado Marcos Gonçalves, um homem branco se aproximou da docente, chamou-a de “lixo comunista” e cuspiu em sua direção.
Em nota publicada nas redes sociais, Gonçalves classificou o ataque como reflexo do “discurso de ódio propagado pelo radicalismo de extrema direita”. “Esta violência é fruto da irresponsabilidade e da vilania de todos aqueles que se alinharam com o discurso de ódio propalado desde o esgoto do radicalismo, que pretende eliminar tudo que lhe é distinto”, escreveu.
O caso ocorre poucos dias após outro episódio de tensão no campus da UFPR. Em 9 de setembro, um grupo de estudantes bloqueou o acesso ao prédio da Faculdade de Direito durante o evento “O STF e a interpretação constitucional”, que teria a participação do vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e do advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini.
Parte dos alunos classificou a atividade como “antidemocrática”.