Em alegações, PGR pede condenação de “kids pretos” por trama golpista

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do núcleo 3 da suposta trama golpista, referente aos chamados “kids pretos”. O parecer foi dado pelo procurador-geral Paulo Gonet na noite desta segunda-feira (15/9) ao enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais do Ministério Público.
Veja quem compõem o núcleo 3
- Bernardo Romão Correa Netto – coronel do Exército;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira — general da reserva do Exército;
- Fabrício Moreira de Bastos — coronel do Exército;
- Hélio Ferreira Lima — tenente-coronel do Exército;
- Márcio Nunes de Resende Júnior — coronel do Exército;
- Rafael Martins de Oliveira — tenente-coronel do Exército;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo — tenente-coronel do Exército;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior — tenente-coronel do Exército;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros — tenente-coronel; e
- Wladimir Matos Soares — policial federal.
Segundo a PGR, os réus do núcleo 3 integravam a organização criminosa com o objetivo de manter Bolsonaro no poder. A acusação aponta que, em 28 de novembro de 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, os réus se reuniram para discutir a elaboração de uma carta de teor golpista a ser enviada aos comandantes das Forças Armadas.
Além disso, afirma a PGR, o grupo planejava ações para provocar um fato com forte impacto e mobilização social, o que permitiria a Bolsonaro e seus aliados avançarem no plano golpista. Entre essas ações, estariam o assassinato de autoridades, como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro do STF Alexandre de Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
A PGR alega que os réus, utilizando conhecimentos especializados e posições estratégicas, buscaram garantir a adesão do Exército ao golpe, seja por apoio declarado ou por mecanismos de pressão à alta cúpula, incentivando até o fim a decretação de medidas disruptivas.
O Ministério Público conclui que o robusto conjunto probatório, incluindo gravações, manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens, reforça a materialidade dos crimes e a autoria dos acusados. As ações culminaram nos eventos de 8 de janeiro de 2023, que são vistos como o “desfecho violento que se esperava”, planejado e incentivado pela organização criminosa desde 2021.
Núcleo crucial
Na última quinta-feira (11/9), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados por tentativa de golpe de Estado. A Supremo Corte definiu uma pena de 27 anos e três meses ao ex-mandatário.