Voadoras, socos e chutes: escolas do DF têm 730 casos de briga em 2025

Nos últimos dias, dois episódios de violência em escolas do Distrito Federal chamaram a atenção. No dia 9 de setembro, um estudante ficou desacordado após ser atacado com socos e chutes por colegas encapuzados em frente ao Colégio Rogacionista, no Guará 2. Na semana anterior, no dia 2, outro adolescente de 13 anos foi esfaqueado na saída de uma escola no Riacho Fundo II. Entre janeiro e agosto deste ano, segundo a Polícia Militar, o DF registrou 730 ocorrências de brigas e agressões em escolas ou arredores.
A mãe do garoto que ficou desacordado relatou ao Metrópoles que o filho havia se envolvido na briga para defender um amigo e acabou se ferindo mais que o colega. “Essa confusão já tinha hora e data marcada para acontecer. Ambos os meninos que eram brigados chamaram acompanhantes para não apanhar sozinhos, e meu filho era um deles”, disse.
De acordo com ainda com a Polícia Militar, os agressores estavam com as mãos cobertas por faixas de lutadores, o que indica premeditação e brutalidade. Eles foram localizados ainda na QE 38 e, além de levados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), foram expulsos do colégio.
Veja:
No caso do adolescente esfaqueado, a agressão ocorreu em frente a uma padaria, por volta das 12h30, horário de saída das aulas. Os dois estudantes estavam de uniforme, e o aluno que desferiu a facada não foi identificado.
Veja:
Adolescente esfaqueado no Riacho Fundo II (DF)
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Por trás da violência
Os episódios recentes reforçam a importância de compreender as motivações e emoções por trás das agressões. A educadora parental Priscilla Montes, especialista em infância e adolescência, pontua que o papel do educador é olhar além do ato em si e entender o que está por trás da violência.
“Muitas vezes, a agressão reflete dificuldades emocionais ou problemas externos à escola. O educador deve agir como mediador, promover o diálogo, envolver a família e ajudar o estudante a encontrar formas mais saudáveis de expressar suas emoções”, explica.
Para ela, a ausência de acompanhamento próximo da coordenação nos momentos de maior interação entre os alunos, como recreio e saída da escola, pode favorecer conflitos. A falta de canais de diálogo, regras de convivência pouco claras ou um ambiente competitivo também pode agravar a situação.
Ao Metrópoles, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, destacou que quando a escola promove cooperação, respeito às diferenças e espaços de escuta, o número de ocorrências tende a diminuir. “Entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 1.023 casos, enquanto neste ano foram 730 ocorrências. É uma queda, mas ainda precisamos avançar”, afirmou.