Nissan anuncia fechamento de centro de design no Brasil

A montadora japonesa Nissan, que enfrenta uma das maiores crises de sua história quase centenária, anunciou nesta terça-feira (16/9) que vai fechar, gradualmente, um centro de design no Brasil.
A decisão faz parte de uma estratégia de “realinhamento” das operações globais da companhia. Além do Brasil, outros países serão afetados.
Segundo a Nissan, o fechamento da unidade acontecerá para “melhor alinhar recursos”, além de permitir um processo de decisão mais rápido e uma colaboração criativa “mais profunda”, em um momento de grandes mudanças no mercado.
Além do fechamento das operações da Nissan Design Latin America (NDLA), em São Paulo, a montadora japonesa também vai encerrar as atividades da Nissan Design America (NDA).
Em comunicado, a empresa informou ainda que suas operações no Reino Unido e no Japão serão reduzidas. O processo de reorganização da Nissan deve ser concluído até o fim deste ano.
Ainda de acordo com a companhia, as atividades de design serão transferidas para outros estúdios da Nissan.
Um centro de design de veículos é uma instalação na qual equipes compostas por designers, engenheiros e especialistas em cores e materiais trabalham no desenvolvimento da aparência, funcionalidade, ergonomia e usabilidade dos veículos.
Nissan em crise
A Nissan já havia anunciado recentemente que cortará cerca de 20 mil empregos até março de 2028.
No primeiro trimestre de 2025, a montadora japonesa registrou um prejuízo de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões).
O objetivo da nova direção da companhia é diminuir sua capacidade global de produção dos atuais 3,5 milhões para 2,5 milhões de unidades. As unidades de produção teriam de ser reduzidas de 17 para 10.
Em julho, a empresa anunciou que vai encerrar as atividades de uma fábrica nas proximidades de Tóquio que já produziu mais de 17,8 milhões de veículos e opera há mais de 60 anos, desde 1961.
Fusão com Honda não se concretizou
Em fevereiro, Nissan e Honda confirmaram oficialmente o fim das negociações em torno de uma possível fusão entre as duas empresas.
A Nissan não aprovou a proposta apresentada pela Honda de transformá-la em uma subsidiária integral.
As conversas entre as duas montadoras sobre uma eventual fusão começaram em dezembro do ano passado, mas travaram desde que a Honda passou a cogitar assumir o controle total da Nissan.
Inicialmente, a ideia de Honda e Nissan era a de anunciar o acordo pela fusão até o fim de janeiro.
Na época, Honda e Nissan informaram que vão prosseguir com a parceria em tecnologia automotiva anunciada em agosto do ano passado.
O possível acordo com a Honda e um suposto investimento da Tesla, do bilionário Elon Musk, que não aconteceu, eram vistos como possibilidades de “salvação” da Nissan.