Consumo nos lares brasileiros cresce em agosto, diz pesquisa da Abras

O consumo nos lares brasileiros fechou o mês de agosto registrando uma alta de 4,56% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (18/9) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Já na comparação com o mês anterior, o crescimento das vendas do setor supermercadista foi de 2,08%.
Segundo o levantamento da Abras, no acumulado de janeiro a agosto deste ano, a alta foi de 2,68%.
Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Queda no valor da Cesta Abrasmercado
De acordo com o levantamento, o valor da Cesta Abrasmercado, que conta com 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza), teve uma queda de 1,06% em agosto, a terceira consecutiva, passando de R$ 813,44 para R$ 804,85.
Segundo o levantamento da Abras, o principal destaque do mês passado ficou com as carnes, que representaram parcela expressiva dos gastos das famílias com alimentação. As maiores quedas foram de frango congelado (-1,45%), carne bovina – corte traseiro (-0,86%) e dianteiro (-0,39%).
Por regiões
De acordo com o levantamento da Abras, no recorte por regiões, houve queda nos preços em todo o país.
A maior baixa foi registrada no Nordeste (-1,72%), para R$ 715,95 em agosto. Na sequência, aparecem o Norte (-1,5%), para R$ 873,79; o Sudeste (-1,23%), para R$ 818,54; e o Sul (-0,67%), para R$ 888,38.
A região Centro-Oeste teve a menor queda de preços em agosto, com recuo de 0,66%, para R$ 755,40.
O que diz a Abras
Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, o resultado se deve a fatores como a menor pressão nos preços dos alimentos nos últimos meses e o aumento da renda, que vêm impulsionando o consumo.
Dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) mostraram que, no trimestre encerrado em julho, a população ocupada do país alcançou 102,4 milhões de pessoas – 400 mil a mais do que um ano antes.
A massa de rendimento real habitual, por sua vez, passou de R$ 322,4 bilhões (no trimestre encerrado em julho de 2024) para R$ 352,3 bilhões
(em igual período de 2025), um acréscimo próximo a R$ 30 bilhões em um ano.
“O aumento da massa salarial se traduz não apenas em maior consumo
básico de alimentos, mas também em uma diversificação da cesta, deslocando parte da demanda para produtos de valor agregado”, afirmou Milan.
“Os preços das carnes vêm recuando nos últimos meses, mas permanecem em patamar elevado. É um reflexo da estiagem e dos incêndios que, no segundo semestre de 2024, comprometeram as pastagens e elevaram os custos de produção, cujos efeitos se estendem a 2025”, prosseguiu o vice-presidente da Abras.
Além disso, observa Milan, a valorização do dólar incentivou as exportações, tradicionalmente mais intensas no segundo semestre. “Do lado da demanda interna, o aumento da renda também contribuiu para pressionar os preços”, completou.