Conib vê “acusações antissemitas” em discurso de Lula na ONU
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou nota nesta segunda-feira (22/9) na qual lamenta as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito de Israel, feitas durante um encontro internacional em Nova York. A entidade considerou o discurso um “ataque” e destacou que as falas ocorreram durante o Ano Novo judaico, um dos principais feriados da comunidade.
Segundo a Conib, ao acusar Israel de matar mulheres e crianças “deliberadamente”, Lula reproduziu uma das “mais antigas acusações antissemitas da história”. A entidade afirmou ainda que o presidente desconsidera “a tradição diplomática brasileira de moderação e busca do diálogo”.
“A Conib lamenta que, em pleno feriado do Ano Novo judaico, o presidente Lula mais uma vez faça acusações mentirosas contra Israel, agora em foro internacional”, declarou a entidade israelita.
No evento, voltado à busca de uma solução pacífica para o conflito na Faixa de Gaza, Lula defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina e voltou a classificar as ações de Israel na região como “genocídio”. O presidente argumentou que o direito de defesa não pode justificar “matança indiscriminada de civis” e disse que a destruição de casas, a morte de milhares de crianças e o uso da fome como arma de guerra não encontram justificativa.
“Se o presidente Lula está interessado no fim da guerra, deveria pedir que o Hamas devolva os reféns que mantém nas masmorras de Gaza há quase dois anos e que o grupo terrorista deponha suas armas. Suas manifestações desequilibradas em nada contribuem para a paz na região”, disse a Conib.
Leia também
-
Mundo
Lula: conflito em Gaza é símbolo maior da crise do multilateralismo
-
Brasil
“Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir”, diz Lula
-
Brasil
Lula chora ao falar sobre morte de crianças em Gaza. Vídeo
-
Brasil
Para Lula, ONU não tem poder para acabar com guerras na Ucrânia e Gaza