Adolescente sobre morte de vascaíno: “Tava na lombra, fui no embalo”

Após a morte do torcedor vascaíno Eumar Vaz, 34 anos (foto em destaque), um dos adolescentes envolvidos no ataque enviou um áudio em que disse: “Não sei de nada, mano. Eu tava só na lombra e fui no embalo, mano. Eu levei um box e ceguei, mano”.
Ouça:
Entenda o caso:
- O torcedor vascaíno que morreu após ser esfaqueado e agredido por flamenguistas, no domingo (21/9).
- A vítima fazia parte da Força Jovem do Vasco, torcida organizada do clube que tem uma sede em Brasília.
- O vascaíno teria pegado o ônibus da linha 812.1 da empresa Urbi, com itinerário da QNQ/QNR, rumo ao Recanto das Emas.
- Cerca de 20 flamenguistas estavam no veículo, quando ele foi atacado e teve a camisa rasgada à força por um grupo do time rival dentro do ônibus.
- Ao fim da confusão, enquanto os torcedores fugiam do local, um deles grita ao vascaíno “aqui é a jovem, desgraça”, referindo-se à organizada do Flamengo.
Dentro do ônibus, um dos flamenguistas teria gritado: “O Flamengo não ganhou, temos que bater em alguém”. Algumas paradas após o grupo embarcar, Eumar teria entrado no ônibus sem camisa; o motorista solicitou que o passageiro se vestisse, e o vascaíno atendeu ao pedido, colocando, então, uma vestimenta do Vasco.
Segundo o testemunho do motorista, ao perceberem a presença do vascaíno, os agressores gritaram repetidamente para que ele tirasse a camisa. Após a recusa de Eumar, a situação escalou para uma briga, com troca de socos. Naquele momento, o ônibus parou e, assim que as portas se abriram, os agressores que estavam na parte traseira desembarcaram e se dirigiram para a frente, com a intenção de agredir o vascaíno.
Assista ao vídeo do momento da agressão:
O motorista tentou defender o vascaíno, mas foi puxado pela camisa e afastado pelos flamenguistas. Ele desceu do ônibus e começou a gritar, pedindo aos agressores que parassem e também clamando por socorro.
Após cessarem as agressões, o motorista retornou ao veículo e tirou o ônibus do local, pois o grupo do Flamengo estava nas proximidades. Eumar teria começado a piorar, aparentava um olhar longe e tinha baba com sangue pela boca. Ele foi socorrido e encaminhado ao hospital pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), mas não resistiu.
A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) investiga o caso.