Após queda de Assad, governo tem Parlamento provisório sem voto direto
O novo Parlamento, chamado Assembleia Popular, será composto por 210 membros, dos quais 140 serão escolhidos por um colégio eleitoral formado por comitês locais — e não por voto direto. Os outros 70 serão nomeados diretamente pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa. A ausência de partidos políticos, campanhas públicas e participação popular direta levanta dúvidas sobre a legitimidade do processo.
Leia também
-
Mundo
Ex-terrorista consolida poder na Síria na Assembleia Geral da ONU
-
Mundo
Após queda de Assad, Mauro Vieira se reúne com novo chanceler da Síria
-
Mundo
Ucrânia e Síria restabelecem relações diplomáticas em encontro na ONU
-
Mundo
Tropas de Israel voltam a invadir território da Síria
Segundo o governo provisório sírio, a eleição indireta é a única alternativa viável diante da destruição institucional, do deslocamento de milhões de cidadãos e da falta de documentos oficiais. “A realidade na Síria não permite eleições tradicionais”, afirmou o governo em comunicado divulgado em junho.
Regiões excluídas e tensões internas
A votação, marcada para 5 de outubro, não ocorrerá em todas as regiões. Províncias como Sueida (dominada pela minoria drusa) e partes de Raqqa e Hassakeh (sob controle curdo) foram excluídas por “questões de segurança” — embora analistas apontem que o verdadeiro motivo seja a ausência de controle do governo central sobre essas áreas.
A Administração Autônoma Curda (AANES) criticou duramente o processo, afirmando que ele “não representa a vontade do povo sírio” e que a justificativa de insegurança serve para negar direitos políticos a mais de cinco milhões de cidadãos.
Leia mais em RFI, parceira do Metrópoles.