Gleisi após derrubada da MP do IOF: votaram “contra o país e o povo”

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou a derrubada na Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) 1303/2025, conhecida como MP do IOF. O texto prevê ações para aumentar a arrecadação do governo como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A proposta precisava ser votada nas duas Casas até as 23h59 desta quarta-feira (8/10), mas o plenário da Câmara aprovou a retirada de pauta por 251 votos a favor e 193 contrários. Com isso, a MP perderá a validade a partir de amanhã e o governo deverá buscar outras formas para compensar a perda de arrecadação.

Para a ministra, responsável pela articulação política do governo, parlamentares que foram contra a medida votaram “contra o país e o povo”. O União Brasil, o PP e o PSD, que compõem o bloco do Centrão, formaram questão para derrubar a matéria.

“Hoje ficou claro que a pequena parcela muito rica do país não admite que seus privilégios sejam tocados. Não querem pagar impostos como a maioria dos cidadãos. E não querem que o governo tenha recursos para investir em políticas para a população. Quem votou na Câmara para derrubar a MP que taxava os super ricos votou contra o país e o povo”, escreveu Gleisi em uma publicação no X, após a derrubada.

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Arrecadação

A medida provisória editada pelo governo previa medidas para garantir a arrecadação de R$ 20 bilhões em 2026. Após análise da comissão especial da Câmara, o montante caiu para R$ 17 bilhões.

O governo propôs taxar em 18% a receita de jogos de azar, mas o relator, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), manteve a alíquota de 12%, reduzindo a arrecadação prevista em R$ 1,7 bilhão em 2026. O Executivo também queria cobrar 5% de IR sobre LCI, LCA, LH, CRI, CRA e debêntures, mas a comissão manteve isenção total, reduzindo a arrecadação em R$ 2,6 bilhões.

Integrantes do governo atribuem a derrubada do texto à articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e líderes do Centrão, com o intuito de frear os ganhos políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesta quarta, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), sinalizou que a não aprovação da matéria pode resultar em um bloqueio de até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares.

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