Governo estuda reformular base na Câmara após queda da MP do IOF

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começará a avaliar maneiras de reformular sua base de apoio na Câmara, segundo líderes governistas ouvidos pelo Metrópoles.

Isso ocorre depois que os deputados enterraram, nesta quarta-feira (8/10), a Medida Provisória (MP) nº 1.303/2025, alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Pouco antes da votação, União Brasil, PP e PSD anunciaram que orientariam contrariamente à medida. Todos essas siglas têm ministros no governo.

As bancadas das legendas somam 199 deputados federais.

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No União, o líder Pedro Lucas Fernandes (MA) declarou a posição após a legenda informar a suspensão cautelar do ministro do Turismo, Celso Sabino (PA), que se recusou a deixar a Esplanada.

Sabino, deputado federal licenciado, fazia parte do trio exonerado por Lula para votar a favor do texto, junto a Silvio Costa Filho (Republicanos), dos Portos e Aeroportos, e André Fufuca (PP), do Esporte. Mesmo assim, a estratégia não surtiu efeito.

Governo tenta reverter revés

A medida representa uma das maiores derrotas do governo em 2025. Após o Congresso derrubar, em junho, o decreto que elevava o IOF, o Executivo enviou a proposta para compensar a perda de arrecadação.

Após o Congresso enterrar a MP do IOF, o governo tenta usar a hashtag #CongressoInimigosDoPovo para aumentar a popularidade do presidente Lula nas redes sociais. A estratégia se baseia no sucesso de medidas anteriores, como a aprovação da isenção do (Imposto de Renda (IR), que teve boa repercussão, e nos protestos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem.

A MP foi aprovada na comissão especial no fim da tarde de terça-feira (7/10), com um resultado apertado: 13 votos a favor e 12 contrários.

A previsão de arrecadação, que era de R$ 20 bilhões em 2026, cairia para cerca de R$ 17 bilhões.

O governo queria taxar em 18% a receita de jogos, mas o relator Carlos Zarattini (PT-SP) manteve a alíquota de 12%, reduzindo a arrecadação prevista em R$ 1,7 bi em 2026. O Executivo também queria cobrar 5% de IR sobre LCI, LCA, LH, CRI, CRA e debêntures a partir de 2026, mas a comissão manteve isenção total, reduzindo a arrecadação em R$ 2,6 bi.

Agora, o Ministério da Fazenda precisará refazer os cálculos para compensar o recuo sobre a alta do IOF.

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