Cuba acusa EUA de ameaçar países para manter bloqueio econômico
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, acusou os Estados Unidos, nesta quarta-feira (22/10), de exercerem “forte pressão e chantagem” sobre diversos países, especialmente na Europa e na América Latina, para impedir que votem contra o bloqueio econômico imposto ao país.
Segundo o chanceler, o Departamento de Estado norte-americano teria instruído diplomatas a pressionar governos estrangeiros e enviado cartas diretas ameaçando retaliações econômicas e comerciais, caso mantenham apoio a Cuba na Organização das Nações Unidas (ONU).
Rodríguez afirmou que o governo sob administração de Donald Trump “não pratica diplomacia, mas uma política de coerção”.
Resolução anual contra o bloqueio
O ministro também denunciou uma “campanha tóxica de desinformação” promovida pela Casa Branca para distorcer o debate que ocorrerá na Assembleia-Geral da ONU, na última semana de outubro, quando Cuba voltará a apresentar a resolução anual contra o bloqueio — medida condenada pela maioria dos países membros há mais de três décadas.
De acordo com Rodríguez, Washington busca associar Havana a temas como o tráfico de drogas e o conflito na Ucrânia, numa tentativa de justificar a manutenção do embargo. Ele classificou as acusações como “mentirosas e cínicas”, destacando que Cuba é um país vítima de agressões diretas dos Estados Unidos.
“Acusar Cuba, um país pacífico, de ter sofrido agressões, incluindo agressões diretas dos Estados Unidos, é extraordinariamente cínico”, afirmou.
O chanceler argumentou ainda que as restrições impostas por Washington causaram prejuízos superiores a US$ 7,5 bilhões apenas no último ano, afetando principalmente o sistema energético e o abastecimento de combustível da ilha. “Há empresas que se recusam a fornecer peças ou assistência técnica a Cuba devido à pressão norte-americana”, disse.
O bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba está em vigor desde a década de 1960. Em junho, o presidente Donald Trump assinou um memorando reforçando sanções e proibindo o turismo norte-americano na ilha, medida que Havana considera responsável direta pela escassez e pelas dificuldades enfrentadas pela população.

