Em grupo do WhatsApp, membros do CV debocham de cartaz de “procurado”

Em grupo do WhatsApp, membros do CV debocham de cartaz de “procurado”

Mensagens obtidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na investigação que levou à deflagração da megaoperação nos complexo da Penha e do Alemão na última terça-feira (28/10) mostram integrantes do Comando Vermelho (CV) zombando de uma cartaz em que um dos integrantes da facção aparece como “procurado”.

As mensagens foram trocadas no grupo “Plantão marcação pai Urso”, usado pelos faccionados para tratar de plantões em bocas de fumo, tráfico de drogas e outros assuntos referentes às atividades da facção.

No relatório sobre o caso, prints dessas conversas, obtidos após autorização judicial de quebra de sigilos, foram utilizados pelos agentes para demonstrar a ligação de suspeitos com o grupo investigado. Grande parte do documento é abastecido com diversos desses prints, que mostram diálogos entre os membros da facção.

Em uma troca de mensagens de 2023, um deles envia um print do X (ex-Twitter) com uma publicação do Portal dos Procurados, página que divulga através dos meios de comunicação os principais procurados pela Justiça.

O contato, identificado como “jetta”, em complemento à imagem, escreve: “Maluco e [sic] brabo”. Na análise do fato, a Polícia conclui que os “integrantes debocham de publicação do cartaz de Gardenal no Portal dos Procurados”.

No cartaz divulgado, também aparecem números de telefone para denunciar Carlos Costa Neves, conhecido como “Gardenal”.

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Gardenal, é tido pela investigação como “gerente geral operacional” do tráfico no complexo da Penha. Ele é apontado como homem de confiança do líder, Doca.

“Gardenal é responsável por definir as estratégias de ‘guerra’ contra facções rivais, e pelas táticas de enfrentamento às forças de segurança do Estado. Também é responsável por coordenar as guerras expansionistas da Facção”, diz a Polícia Civil do RJ.

Já “Jetta”, que fala sobre o cartaz no grupo de plantão, é José Severino da Silva Junior, também conhecido como “Soró”. Segundo a apuração, ele exerce há alguns anos a chefia do tráfico de drogas nos Morros do Castelar e Palmerinha, na baixada fluminense, mas estaria escondido no complexo da Penha, junto com outras lideranças.

Megaoperação no RJ

A investigação, que se estende desde 2024, resultou na deflagração da Operação Contenção, na última terça-feira (28/10). A ação mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares, com o objetivo de conter a expansão territorial do Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão.

O número de mortos, que subiu para 121, foi atualizado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na manhã de quinta-feira (30). A revisão foi feita após novos registros de entrada de corpos no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro da cidade. A operação tornou-se a mais letal da história do Brasil.

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