Ao STF, Castro diz que 117 mortos são “opositores neutralizados”
O governo do Rio de Janeiro enviou, na tarde desta segunda-feira (3/11), um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com esclarecimentos sobre a megaoperação deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, no dia 28 de outubro.
121 pessoas morreram durante a operação policial que mirava o Comando Vermelho (CV) — incluindo quatro policiais. Ao detalhar os resultados operacionais e vítimas, o governador Cláudio Castro (PL) apontou que houve 117 “opositores neutralizados”.
Castro teve que prestar esclarecimentos a Moraes, que é o ministro relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, que monitora ações policiais no Rio.
Além dos policiais mortos, o governo do Rio de Janeiro confirmou que quatro civis e 13 agentes de segurança acabaram feridos.
No dia seguinte da operação, Moraes mandou que Castro explicasse a ação policial e marcou uma audiência, que ocorreu nesta segunda no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), para tratar sobre o tema.
O documento enviado ao STF contém uma breve contextualização da formação do Comando Vermelho (CV), principal alvo da megaoperação da semana passada, e defende que a ação policial foi planejada ao longo de dois meses dado o nível de complexidade da operação.
O governador ressaltou que muitos dos criminosos estavam trajados com veste camufladas para dificultar a identificação, além de usar armas de grosso calibre, como fuzis, armas de alta potência e drones.
Para justificar a ação, que acabou se tornando a mais letal da história do estado, Castro fez uma “comparação” entre a ação policial e campanhas militares, apontando que em conflitos armados “busca-se a superioridade de efeitos sobre o oponente para proteção das forças próprias e da população civil”.















