CPMI do INSS avalia pedir prisão de depoente por falso testemunho

CPMI do INSS avalia pedir prisão de depoente por falso testemunho

Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), entidade investigada por descontos indevidos em folhas de aposentados e pensionistas, foi acusado de apresentar “inverdades e contradições”, durante oitiva da CPMI do INSS nesta segunda-feira (3/11).

Diante da situação, o colegiado avalia pedir a prisão preventiva de Abraão por falso testemunho. “Tenho muita tranquilidade que se ele continuar a omitir informações, ele poderá ser preso ainda nesta noite”, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI.

Antes do início da oitiva, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu um habeas corpus que permite que o sindicalista permaneça em silêncio durante questionamentos que possam incriminá-lo. Ferreira da Cruz depõe em condição de investigado e foi orientado pela defesa a não assinar o termo de compromisso em responder a verdade, diante das investigações que correm no STF.

Como mostrou o Metrópoles, na coluna Tácio Lorran, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que a CBPA não tem nenhum funcionário registrado, apesar de ter atingido, em 2024, a marca de 445 mil filiados, o que gerou, só no ano passado, um faturamento de R$ 41,2 milhões.


Farra no INSS


Nas considerações iniciais, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz afirmou que a as instalações e serviços da CBPA “são compatíveis com o atendimento de 21 confederações”.

“Nós existimos. Existimos de verdade. O que houve foi a criação de uma nova instituição [a CBPA] que representasse os interesses do nosso segmento (…). Estamos aqui para esclarecer que não nos cabe ter filiados, como confederação, quem tem são nossos afiliados e entidades de primeiro grau, como as colônias e federações”, declarou.

Inclusão de pessoas mortas

A entidade também é suspeita de solicitar cerca de 40 mil vezes a inclusão de descontos em benefícios de pessoas mortas. O Acordo de Cooperação Técnica, firmado com o INSS em 2022, determinava que a CBPA deveria comunicar o óbito de filiados à Previdência Social e restituir valores recebidos indevidamente.

Questionado sobre esses dados pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), o sindicalista decidiu permanecer em silêncio.

Com forte influência em estados do Nordeste, Abraão Lincoln já comandou o Republicanos no Rio Grande do Norte e foi candidato a deputado federal pelo partido em 2018.

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