Menina de 9 anos com crise convulsiva aguarda ressonância há 1 semana
Internada no leito de enfermaria do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), uma menina de 9 anos vem sofrendo crises convulsivas desde a última quinta-feira (30/10) e aguarda há uma semana para passar por uma ressonância magnética cerebral.
Além do quadro de crises epilépticas, a criança apresenta paralisia facial, dificuldades para conseguir falar e andar.
Segundo a família, os médicos não conseguiram dar o diagnóstico do que a criança tem, e o exame de ressonância é essencial para o laudo. Porém, para a realização do procedimento, há uma fila de espera, e a paciente atualmente está em quarto lugar, aguardando a regulação do exame.
Segundo o relatório médico ao qual o Metrópoles teve acesso, o caso é tratado como investigação neurológica de epilepsia facial associada a uma paralisia facial periférica.

A garota de 9 anos já passou por tomografia com e sem contraste, mas os médicos não viram nenhuma alteração no exame. Enquanto aguarda a regulação, a equipe médica trata a pequena com dipirona e remédios anticonvulsivos.
Clamando por urgência para a melhora do quadro clínico da filha, os pais, Vitor Santos e Isabela Vieira, buscam levá-la para realizar exames em uma clínica particular.
“Nós estamos tentando levar ela para fazer o exame, mas o hospital diz que não pode e não tem condições, falam que precisa aguardar a regulação. O exame que ela precisa não sai e parece que ninguém pode fazer nada sobre isso, em caso de urgência e emergência a regulação atrapalha muito”, disse o pai.
Enquanto a menina aguarda a aprovação da ressonância, o quadro clínico tem piorado, e as crises convulsivas têm sido mais frequentes. “Ela teve uma crise que durou de 30 a 40 minutos e o médico demorou 30 minutos para aparecer. Quando chegou, passou dipirona e a crise passou por si só”, afirmou.
“Eles dizem ‘vai passar, vai passar, tá?’ e, enquanto dizem isso, minha filha não está andando mais direito, minha filha está caindo pelos lados”, desabafou a mãe.
Os pais alegam que o fim de semana não houve neurologista de plantão disponível para atender a menina e o profissional só foi atendê-la nessa segunda-feira (4/11).
“Sempre foi saudável”
Segundo o pai, a garota não possui nenhum histórico de doenças e sempre foi uma pessoa saudável. “Altamente ativa, adora correr, pular, brincar, andar de patins, sempre foi saudável, nunca teve nenhum problema neurológico. É uma que criança que vive bastante e estar desse jeito está sendo um grande sofrimento para ela”, contou Vitor.
Incomodados com o atendimento e o tratamento no Hmib, os pais pretendem buscar a transferência para o Hospital da Criança de Brasília (HCB) ou para o Hospital Sarah Kubitschek.
“A gente quer muito que ela saia do Hmib e vá para esses hospitais, onde tem todo amparo e equipamentos e uma equipe mais preparada para situações neurológicas.” Eles ainda não fizeram o pedido de transferência.
Caso não consigam realizar o exame necessário e não haja melhora no quadro clínico, os pais da garota pretendem entrar com ação judicial para solicitar a transferência.
O que diz a SES-DF
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) disse que a jovem recebeu atendimento imediato pela equipe médica e foi avaliada pela neuropediatria, que solicitou ressonância magnética cerebral para investigação complementar.
“O exame foi regulado com prioridade vermelha, conforme critérios da pasta, e aguarda a disponibilização de vaga em unidade prestadora habilitada. A família providenciou agendamento de exame particular; no entanto, a paciente apresentou nova crise convulsiva antes do procedimento e do ponto de vista clínico estava contra indicado o transporte da paciente naquele momento”, informou a secretaria.
A pasta destacou, ainda, que a paciente segue em acompanhamento clínico contínuo e destacou que a ressonância não é o exame prioritário para o manejo atual do caso e disse não haver prejuízo assistencial pelo tempo de espera.

