Caso Damaris: relembre outros casos de pessoas presas injustamente
Nesta semana, viralizou o caso da jovem, de 26 anos, que morreu dois meses após passar seis anos presa injustamente no Rio Grande do Sul. A história de Damaris Vitória Kremer da Rosa, causou comoção popular pelo tempo que ela permaneceu presa e por ter sido absolvida das acusações quando já estava debilitada devido a um câncer no colo do útero, diagnosticado ainda na cadeia.
Esse não é primeiro caso de pessoas que ficaram detidas indevidamente. Neste ano, o caso do Crime da 113 sul teve um desdobramento, no dia 14 de outubro, que ocasionou no alvará de soltura de Francisco Mairlon Barros Aguia, após quase 15 anos cumprindo pena injustamente.
O Metrópoles selecionou alguns casos pessoas que foram inocentadas após serem presas de forma injusta.
Relembre:
Francisco Mairlon
O STJ anulou a condenação que pesava contra ele na terça-feira (14/10)
Francisco Mairlon foi condenado a 47 anos, 1 mês e 10 dias de prisão acusado de participar do triplo homicídio do casal José e Maria Villela e da funcionária da família, Francisca Nascimento Silva, em 28 de agosto de 2009.
Na época, Francisco foi preso após ter sido citado pelos dois executores confessos do crime, o porteiro Leonardo Campos Alves e Paulo Cardoso Santana. No entanto, em 2010, Paulo Santana voltou atrás e assegurou que o homem não havia participado nos homicídios.
O processo que condenou o Francisco foi anulado de outubro deste ano pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ele ter ficado quase 15 anos detido.
Leia também
-
Brasil
Justiça: jovem que ficou 6 anos presa injustamente não era ré primária
-
Brasil
Namorado faz homenagem após morte de jovem presa injustamente. Veja
-
Brasil
Veja momento em que jovem é absolvida após 6 anos presa injustamente
-
Brasil
Jovem presa injustamente por 6 anos morre de câncer após ser absolvida
Raoni Barbosa
Raoni foi acusado erroneamente de integrar um grupo de milicianos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminens
O cientista de dados, Raoni Lázaro Barbosa, chegou a passar 24 dias preso após ser confundido com um miliciano chamado Raony Ferreira, do município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Após ser identificado apenas por uma foto, no dia 17 de agosto de 2021, ele foi preso por policiais da Draco (Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais).
Após ser solto, no dia 9 de setembro, ele teve mais um madado de prisão emitido pela Justiça, que novamente cometeu um equívoco e informou o endereço do inocente.
Yago Corrêa de Souza
O emocionante reencontro de Yago com a irmã, Érica
Yago Corrêa de Souza, tinha 21 anos na época em que foi preso por engano na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, após sair para comprar pão, em 6 de fevereiro de 2022. O jovem foi detido por policiais militares em uma ação contra o tráfico de drogas.
Ao perceber confusão na rua envolvendo policiais militares, o rapaz entrou em uma farmácia com as mãos levantadas, como se estivesse se rendendo. Um policial militar, no entanto, entrou na farmácia com um fuzil e apontou para o jovem, que foi levado.
A Justiça determinou o arquivamento e a a suspensão de todas as medidas cautelares impostas ao rapaz no dia 25 de fevereiro do mesmo ano.
Carlos Gomes e Pietro de Oliveira
O jovens passam 205 dias presos injustamente
Os jovens Pietro de Oliveira Bueno, de 24 anos, e Carlos Pietro Gomes de Souza, de 22, foram presos no dia 27 de fevereiro de 2018, após uma abordagem policial, em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Eles ficaram 205 dias presos após os agentes do Estado fotografaram os dois e enviarem a foto para outro policial, que mostrou para vítimas de um assalto que havia ocorrido pouco antes. Pela imagem, as vítimas e confundiram e afirmaram se tratar dos criminosos, o que ocasionou a prisão preventiva dos jovens.
Por meio de um laudo pericial, Carlos e Pietro foram inocentados e absolvidos das acusações em novembro de 2018.
Damaris Vitória Kremer
Damaris Vitória Kremer da Rosa, 26 anos, não resistiu às complicações de um câncer no colo do útero
Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu dois meses após passar seis anos presa no Rio Grande do Sul. A jovem foi diagnosticada com um câncer no colo do útero ainda na cadeia, e não resistiu às complicações da doença.
Damaris foi presa em agosto de 2019, após ser denunciada pelo Ministério Público por suposto envolvimento na morte de Daniel Gomes Soveral, em novembro de 2018. A defesa alegou que a jovem era inocente e que apenas relatou ao namorado que teria sido estuprada por Daniel. Por essa razão, o homem teria assassinado a vítima e ateado fogo ao corpo.
Apesar da ausência de provas diretas contra Damaris, os pedidos de revogação da prisão preventiva foram rejeitados, e ela permaneceu detida. Nas ocasiões dos pedidos, ela apresentava saúde debilitada, com sangramento vaginal e dor na região do ventre.
Em março de 2025, devido ao agravamento do estado de saúde, a prisão foi convertida em domiciliar. Em agosto, a jovem foi a julgamento e absolvida por negativa de autoria baseada na falta de provas. Ela morreu 74 dias após a absolvição.

