Bélgica vai reconhecer Estado da Palestina na Assembleia Geral da ONU

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prévot (na imagem em destaque), afirmou, nesta terça-feira (2/9) que o país reconhecerá o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), prevista para ocorrer de 23 a 29 de setembro, em Nova York (EUA).
Em uma postagem na rede social X, o ministro afirmou que, além de reconhecer a Palestina, “sanções severas estão sendo impostas ao governo israelense”.
“Qualquer antissemitismo ou glorificação do terrorismo por apoiadores do Hamas também será condenado com mais veemência”, declarou Prévot.
Reconhecimento do Estado da Palestina
- A medida de reconhecer o Estado da Palestina surge em meio a uma onda de críticas contra o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel e responsável pelo aumento da violência e fome no enclave palestino.
- Assim como já fizeram 147 dos 193 países que compõem a ONU, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou, no mês passado, que a França também vai reconhecer a Palestina.
- O Canadá também deve reconhecer o Estado neste mês na próxima Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
- A solução de dois Estados, que daria fim à tensão de décadas entre judeus e palestinos, também foi defendida pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Stamer.
Segundo Prévot, “a Bélgica teve que tomar decisões firmes para aumentar a pressão sobre o governo israelense e os terroristas do Hamas”, em resposta “à violência perpetrada por Israel em violação ao direito internacional”.
“Não se trata de sancionar o povo israelense, mas de garantir que seu governo respeite o direito internacional e humanitário e tome medidas para tentar mudar a situação na prática”, apontou o ministro.
Gaza enfrenta uma grave crise de fome após a guerra entre o Hamas e Israel, iniciada em 7 de outubro de 2023.
O Ministério da Saúde da Palestina informou que, nas últimas 24 horas, foram registradas 13 novas mortes, incluindo 3 crianças, em consequência da fome e da desnutrição, elevando o total para 361 óbitos, dos quais 130 eram crianças.
O ministro da Bélgica afirmou que 12 sanções severas estão sendo “implementadas em nível nacional”, incluindo a proibição da importação de produtos provenientes dos assentamentos, a revisão das políticas de compras públicas com empresas israelenses e restrições à assistência consular a belgas que vivem em assentamentos considerados ilegais pelo direito internacional.
“A Bélgica se juntará aos países que assinaram a Declaração de Nova York, abrindo caminho para uma solução de dois Estados e, assim, reconhecendo ambos os Estados”, destacou Prévot.
Ainda segundo ele, o reconhecimento ocorrerá durante uma iniciativa conjunta da França e da Arábia Saudita, representando um forte gesto político e diplomático “para preservar as chances de uma solução de dois Estados”.