Exército de Israel é acusado de atacar soldados de paz no Líbano
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) afirmou que soldados de paz foram atacados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), que trabalhavam nas proximidades da sede da missão. O caso aconteceu nessa terça-feira (2/9).
Conforme o comunicado, soldados da Unifil removiam bloqueios em estradas próximas à base da ONU, quando foram alvos de granadas lançadas por drones das FDI.
“Uma granada atingiu um raio de 20 metros, e três aproximadamente 100 metros de distância do pessoal e veículos da ONU”, afirmou a Unifil. “Os drones foram observados retornando ao sul da Linha Azul [região na fronteira entre Líbano e Israel]”.
Histórico de ataques
Esta não é a primeira vez que a missão de paz que atua no Líbano, desde a década de 1970, é atacada. No último ano, foi registrada uma série de incidentes entre soldados da ONU e tropas israelenses.
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Em outubro de 2024, três bases da Unifil foram atacadas pelo exército de Israel. Na época, dois soldados ficaram feridos. Atualmente, 12 brasileiros fazem parte da missão de paz.
Até o momento, as FDI ainda não se pronunciaram sobre a acusação. O exército israelense, contudo, confirmou que voltou a atacar o território do Líbano, apesar do cessar-fogo anunciado pelos Estados Unidos em novembro do último ano.
De acordo com militares, postos do Hezbollah foram alvos de bombardeios, resultando na morte de um membro do grupo.
Incertezas sobre o futuro do Líbano
Os ataques, que violam a trégua entre Israel e Hezbollah, surgem em meio a incertezas sobre o futuro do Líbano.
No início de agosto, o governo libanês acatou um pedido dos EUA e anunciou o início de um processo para o desarmamento de grupos locais. A medida faz parte do cessar-fogo, mas não é aceita por organizações, como o Hezbollah.
O secretário-geral da organização libanesa, sheik Naim Qassem, afirmou que o grupo não vai se desarmar, e que a deposição de armas dificultaria a defesa de libaneses contra ataques israelenses.