Da fome a Musk: como a soberania aparece em discursos de Lula no 7/9

Da fome a Musk: como a soberania aparece em discursos de Lula no 7/9

Sob o mote “Brasil Soberano”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comanda as comemorações do 7 de Setembro neste domingo (7/9), em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao julgamento do ex-chefe do Planalto Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado.

Embora tenha ganhado destaque nos últimos tempos, o tema da soberania aparece em discursos de Lula desde que assumiu o mandato, em 2023, sob diferentes formas: seja na defesa do combate às desigualdades, ou em recado a ameaças externas.

Como mostrou o Metrópoles, na coluna Igor Gadelha, neste ano, no tradicional pronunciamento à nação, o petista deve bater na tecla da defesa da soberania nacional e de instrumentos como o Pix — alvo de ataques do governo norte-americano. O discurso vai ao ar neste sábado (6/9), na véspera do 7 de Setembro.


Brasil Soberano

  • O desfile cívico-militar de 7 de Setembro ocorre na Esplanada dos Ministérios, neste domingo, a partir das 6h30;
  • O evento será dividido em três eixos temáticos: Brasil dos Brasileiros, que vai abordar a defesa da soberania; COP30 e Novo PAC; e Brasil do Futuro;
  • Estarão presentes no evento comandantes das Forças Armadas, ministros e outras autoridades;
  • Na véspera das comemorações, o presidente Lula fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão.

O que Lula já falou sobre soberania

Em 2023, primeiro ano de mandato, o pronunciamento de 7 de Setembro foi focado no que Lula chamou de “três grandes alicerces”: democracia, soberania e união. Vale lembrar que o país havia acabado de passar por uma eleição polarizada, que terminou de forma acirrada. A fala do petista também ocorreu às sombras do 8 de Janeiro.

Nesse sentido, Lula associou a soberania à retomada do Brasil na agenda internacional, à defesa do meio ambiente e ao combate a desigualdades.

“Soberania é, antes de tudo, combater todas as formas de desigualdade – seja de renda, de gênero ou de raça. É tornar igualitário o acesso à saúde, à educação, à segurança e aos bens culturais. É criar oportunidades para todos e todas. Soberania é garantir a soberania do povo brasileiro. Um povo soberano é um povo sem fome, com emprego decente, com acesso à saúde e à educação e com esperança”, disse o presidente, na ocasião.

Já em 2024, o chefe do Planalto usou o pronunciamento para mandar uma indireta ao bilionário Elon Musk, dono da rede social X. Na época, a plataforma estava suspensa no país por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o que gerou tensões com o governo brasileiro.

Em rede nacional, Lula afirmou que “nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania”. “Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda. Nenhum país do mundo é de fato independente quando seu povo perde a esperança”, afirmou o petista à época.

Neste ano, o presidente deve voltar a defender a bandeira da soberania em pronunciamento. O motivo, desta vez, é o tarifaço imposto pelo chefe da Casa Branca, Donald Trump. Em falas recentes, Lula tem demonstrado disposição em negociar o arrefecimento mas taxas, mas o governo norte-americano não parece dar trégua.

O petista atribui a culpa da ofensiva de Trump contra o Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, sobretudo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele está nos Estados Unidos para articular sanções a autoridades brasileiras na tentativa de salvar o pai de uma eventual condenação por planejar um golpe de estado. O julgamento do ex-presidente será concluído na próxima semana.

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