CPMI do INSS: senador manda deputado “se foder” e mostra dedo do meio

CPMI do INSS: senador manda deputado “se foder” e mostra dedo do meio

O senador Jorge Seif (PL-SC) mandou o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE) “se foder” e mostrou o dedo do meio, durante sessão da CPMI do INSS, nessa segunda-feira (8/9). Os dois participavam do depoimento do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).

Confira:

A discussão entre os parlamentares aconteceu enquanto Seif acusava o ex-ministro da Previdência de ter sido omisso durante o esquema fraudulento de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, além de ter realizado reuniões com entidades suspeitas.

O senador dizia a Lupi: “O senhor condecorou, com mérito previdenciário, uma quadrilha de vagabundo e ladrão de aposentado. O senhor está de parabéns pela cara de pau”. Nesse momento, Seif foi interrompido por uma reclamação de Gadêlha.

Em resposta, o senador questionou: “Eu te perguntei alguma coisa?”, e seguiu com o xingamento. Depois da confusão, Seif prosseguiu com a fala.


O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.


Na réplica ao senador, o ex-ministro Carlos Lupi lamentou o tom usado por Seif, dizendo que “apesar da agressividade do senhor, eu compreendo ela como um comportamento coerente de quem tem ódio no coração. Tudo que o senhor acusou, afrontou, dirigiu de maneira violenta a minha pessoa, eu respondo com os fatos”.

Parlamentares chegaram a solicitar que a sessão fosse interrompida por quebra de decoro, o que foi negado pelo presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG). Alguns minutos depois da discussão, a sessão foi interrompida por 15 minutos para reunião dos líderes partidários.

Oitiva de Carlos Lupi

Carlos Lupi é o primeiro ex-ministro da Previdência a prestar esclarecimentos à CPMI do INSS. O presidente do PDT chefiava a pasta desde o início do governo Lula 3 e deixou a gestão sob pressão depois da Polícia Federal deflagrar a operação Sem Desconto, afastar servidores do INSS e colocar em dúvida a anuência do ministério a respeito dos descontos.

A saída de Lupi do governo representou um racha no posicionamento do PDT no Congresso Nacional. A bancada da Câmara decidiu deixar a base do governo, enquanto a do Senado permaneceu aliado ao Planalto.

Por acordo entre a cúpula da CPMI, que é da oposição, e a base do governo, os ex-ministros foram convidados e não convocados, como havia sido requerido inicialmente. A mudança representa uma atenuação no peso do requerimento, já que convidados não são obrigados a se apresentar ao colegiado, enquanto convocados, são. Também foi convidado o atual titular da pasta, Wolney Queiroz.

Por outro lado, 12 ex-presidentes do INSS foram convocados a depor. Entre eles, o presidente do INSS na gestão Lupi, Alessandro Steffanutto, que foi afastado durante a operação da PF e foi, posteriormente, demitido por Lula.

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