Alcolumbre e Motta freiam anistia em semana de julgamento no STF
Na semana decisiva do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deram sinais de que freiam o projeto de anistia aos condenados pela suposta tentativa de golpe de Estado. Mesmo que em tons diferentes, os chefes do Legislativo indicaram que qualquer situação, nesse sentido, acontecerá, somente, após a análise do caso na Suprema Corte.
Na Câmara, os líderes conversaram, nesta terça-feira (9/9), e decidiram não mexer no assunto, por enquanto. Ficou decidido que a proposta seria tratada na próxima semana, com sinalização de que uma ala do Centrão não topa a anistia “ampla, geral e irrestrita”, como quer o Partido Liberal (PL) de Bolsonaro. Uma versão alternativa do texto, que não beneficie o ex-presidente, tem mais chances de aprovação.
Outro sinal dado aos bolsonaristas é de que há um entendimento, apenas, envolvendo a urgência da proposta, sem acordo sobre o mérito. Além disso, uma possível mudança na relatoria do projeto é avaliada por Motta, o que deve resultar numa mudança no texto para uma “anistia light”, versão que não beneficiaria Bolsonaro ou qualquer condenado por planejar a tentativa de golpe de Estado.
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Já Alcolumbre avisou a interlocutores que não vai pautar coisa alguma, enquanto houver “gritaria” pelo assunto. O presidente do Senado sinalizou que poderia fazer um texto de anistia light de sua autoria, mas nem isso deve avançar em meio ao tumulto político do julgamento de Bolsonaro no STF. Aliados interpretam que ele teme fazer concessões e perder o controle da Casa, como os senadores consideram ter acontecido com Motta na Câmara.