Morte de gari: delegada esposa de empresário é indiciada pela PCMG

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta sexta-feira (12/9), o inquérito policial que investigou a conduta da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa do empresário René da Silva Nogueira Júnior, indiciado por matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, e enviou o documento à Justiça.
Segundo a Polícia Civil, Ana Paula foi indiciada por prevaricação. Ela também responde por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, na modalidade “ceder ou emprestar”, utilizada pelo marido, René, para matar o gari. O crime ocorreu em 11 de agosto.
O que aconteceu
- René da Silva Nogueira Junior, de 47 anos, é suspeito de ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, após discussão de trânsito, enquanto a vítima trabalhava.
- René foi preso horas depois do crime, em uma academia de luxo.
- A vítima chegou a ser socorrida e levada a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. A causa da morte foi hemorragia interna provocada pelo projétil, que ficou alojado no corpo do gari.
- O boletim de ocorrência registra que René chegou a manejar a arma na frente da equipe de coleta, após deixar cair o carregador e recolocá-lo.
- A Corregedoria da Polícia Civil investiga se houve omissão de cautela da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa de René, no caso.
- Durante a madrugada, René foi autuado por homicídio qualificado e, ao deixar a delegacia, estava algemado.
A delega, esposa de Renê, responderá pelo crime de prevaricação, ato em que se retarda ou deixa de praticar ato de ofício, previsto no artigo 319 do Código Penal.
A polícia informou que o caso está sendo analisado pela Corregedoria, que apura possível transgressão disciplinar da servidora, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório. Por isso, o prazo para a conclusão é maior.
O crime ocorreu na manhã de 11 de agosto, em Belo Horizonte (MG), após uma discussão de trânsito, enquanto a vítima trabalhava na coleta de lixo.
Mensagens
Assassino confesso do gari Laudemir de Souza Fernandes, o empresário Renê Júnior mandou mensagem e pediu ajuda a um coronel da reserva da Polícia Militar no momento em que foi abordado por policiais militares em uma academia de luxo, horas depois do crime.
Renê disse ter sido surpreendido pela presença dos militares e que buscou orientações.
Alguns minutos depois de falar com o ex-coronel da PM, Renê mandou uma mensagem para a esposa. Em certo momento, o empresário afirma: “Amor, eu não fiz nada. Estava no lugar errado e na hora errada”.