Irã fecha acordo com a Rússia para a construção de usinas nucleares

Apesar da pressão internacional sobre o programa nuclear do Irã, a Rússia firmou um acordo para a construção de quatro usinas nucleares no país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei. O pacto foi anunciado nesta sexta-feira (29/9), à margem do fórum internacional Semana Atômica Mundial, realizado em Moscou.

De acordo com o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), Behrouz Kamalvandi, a expectativa é de que as novas usinas tenham maior capacidade do que a única central de energia atômica em atividade no país, localizada na região de Bushehr.

O valor do acordo entre Moscou e Teerã é de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 134 bilhões), informou a mídia estatal da Rússia.

A negociação entre os dois países acontece em meio a um dia decisivo para o Irã. Isso porque o Conselho de Segurança da ONU discutirá, nesta sexta-feira, a reimposição de sanções contra Teerã após pressão iniciado pelo chamado grupo E3 — composto por Alemanha, França e Reino Unido.

Os países acusam o Irã de descumprir o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), um acordo nuclear assinado em 2015 pelo governo do aiatolá Ali Khamenei e potências mundiais.

Na época, o pacto levantou algumas sanções contra o Irã, em troca da cooperação acerca do programa nuclear do país. Em 2018, sob a presidência de Donald Trump, os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do acordo, e retomaram as punições contra Teerã.

As principais demandas para que a ONU não reimponham sanções contra o Irã é que o país retome as negociações com os EUA, dê acesso a inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a instalações nucleares iranianas, e permita verificações sobre o urânio enriquecido do país.

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Guerra com Israel

Em julho deste ano, o programa nuclear do Irã esteve no centro da guerra desencadeada por Israel, que atacou o país persa visando instalações de enriquecimento de urânio. Na época, os ataques interromperam as negociações nucleares entre Teerã e Washington.

O regime iraniano, porém, defende a manutenção do programa nuclear do país, que inclui o enriquecimento de urânio, e alega que o mesmo possuí fins pacíficos. 

Por isso, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, já deixou claro que continuará com o enriquecimento de urânio, e descartou a retomada de discussões com os EUA.

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