Ações do Pão de Açúcar desabam na Bolsa e entram em leilão
As ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA) negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) operavam em forte queda no pregão desta terça-feira (30/9).
Os papéis da companhia chegaram a tombar quase 11% e entraram em leilão durante a manhã.
O leilão de ações é um mecanismo utilizado pelas bolsas de valores para equilibrar a oferta e a demanda de ações em momentos específicos do pregão. Ele assegura que o preço de uma ação reflita de forma mais precisa o equilíbrio entre compradores e vendedores.
Antes de entrarem em leilão, por volta das 11h15 (pelo horário de Brasília), as ações do Pão de Açúcar desabavam 10,78%, cotadas a R$ 3,89. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da B3, subia 0,19%, aos 146,6 mil pontos.
Por volta das 12h30, os papéis do Pão de Açúcar recuavam 6,42%, a R$ 4,08.
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O que explica o tombo
A derrocada das ações do Pão de Açúcar nesta terça-feira é explicada pelo duplo corte de recomendação feito por analistas do Citi.
Em relatório, a instituição financeira diminuiu a recomendação para os papéis do Pão de Açúcar de “neutra” para “venda”, reduzindo o preço-alvo de R$ 3,40 para R$ 2,80. O efeito na Bolsa foi imediato.
As ações da companhia registram uma valorização de quase 70% no acumulado do ano até aqui. Mesmo assim, segundo analistas do mercado, o grupo vem enfrentando incertezas sobre a situação financeira.
Cade aprovou venda de parte do GPA aos Coelho Diniz
No início deste mês, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de parte do Grupo Pão de Açúcar ao Grupo Coelho Diniz.
Integram o grupo os empresários André Luiz Coelho Diniz, Alex Sandro Coelho Diniz, Fábio Coelho Diniz, Henrique Mulford Coelho Diniz e Helton Coelho Diniz. Apesar do mesmo sobrenome, não há nenhum parentesco com Abilio Diniz, antigo controlador do Pão de Açúcar, que morreu no ano passado.
A operação analisada pelo Cade envolve a compra de uma participação na Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), considerada a “sociedade-mãe” do Grupo Pão de Açúcar.
Assim, a família Coelho Diniz passou a deter 24,5% das ações na CBD, ante 22,5% do grupo francês Casino, ex-controlador do Pão de Açúcar.
Os Diniz, com isso, se tornam os maiores acionistas do GPA. Até meados do mês passado, a família detinha 17,7% das ações do grupo.