Após detenção de sul-coreanos, Trump cobra respeito a leis migratórias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu nesta segunda-feira (8/9) à prisão de mais de 300 trabalhadores sul-coreanos durante uma operação de imigração em uma fábrica da Hyundai, na Geórgia. Em publicação na Truth Social, o republicano pediu que empresas estrangeiras respeitem as leis migratórias americanas.

“Após a operação de fiscalização da imigração na fábrica de baterias da Hyundai na Geórgia, peço a todas as empresas estrangeiras que investem nos Estados Unidos que, por favor, respeitem as leis de imigração do nosso país. Seus investimentos são bem-vindos e os encorajamos a trazer legalmente seus funcionários inteligentes, com grande talento técnico, para construir produtos de classe mundial”, escreveu.

Trump também destacou que companhias internacionais devem contratar e treinar trabalhadores americanos, mesmo ao trazer especialistas de fora.

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475 detidos

A operação, realizada na última quinta-feira (4/9) pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) resultou na detenção de 475 pessoas, a maioria sul-coreanos. Segundo o Departamento de Segurança Interna, os presos possuíam vistos temporários de turismo ou negócios, que não autorizam emprego nos Estados Unidos. Algumas pessoas chegaram a tentar fugir, correndo em direção a um lago de esgoto próximo ao canteiro de obras.

Do total de detidos, 47 ocupavam cargos seniores em empresas ligadas ao projeto, e cerca de 250 eram funcionários de prestadoras de serviço, a maioria sul-coreanos.

A Hyundai afirmou que não acredita que entre os presos haja empregados diretos da montadora.

A ação, considerada a maior já realizada pelo ICE em um único local, gerou forte reação em Seul. O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung (à esquerda na imagem), convocou reunião de emergência no sábado (6/9) e determinou que todos os esforços fossem feitos para garantir a repatriação dos trabalhadores.

O ministro das Relações Exteriores, Cho Hyun, anunciou a formação de uma força-tarefa e não descartou viajar a Washington para negociar.

“Estou profundamente preocupado. Sinto uma grande responsabilidade pelas prisões de nossos cidadãos”, declarou Cho.

Um porta-voz da chancelaria, Lee Jae-woong, criticou a ação: “As atividades econômicas de nossas empresas que investem nos Estados Unidos e os interesses de nossos cidadãos não devem ser violados injustamente no decorrer da aplicação da lei americana.”

Acordo entre os governos

Após negociações diplomáticas, o governo sul-coreano informou que chegou a um acordo para a libertação e repatriação dos detidos, com a previsão de fretar um avião para levá-los de volta ao país.

“As negociações para a libertação dos trabalhadores detidos foram concluídas, após respostas rápidas dos ministérios, agências empresariais e empresas relevantes”, disse o chefe de gabinete da Presidência sul-coreana, Kang Hoon-sik.

O episódio ocorre em meio a tensões comerciais entre Washington e Seul. Além da política de imigração mais rígida do governo Trump, os dois países divergem sobre um acordo que envolve US$ 350 bilhões (cerca de R$ 1,89 trilhão) em investimentos sul-coreanos nos Estados Unidos.

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