Após fala de Motta, relator indica novo adiamento do PL da Dosimetria
O relator do PL da Dosimetria, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), confirmou que a proposta de redução de penas para os condenados por golpe de Estado não deve ser votada na próxima terça-feira (30/9). Ao Metrópoles, o deputado indicou que precisa resolver o impasse do projeto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de se reunir com mais bancadas da Câmara.
“Acho que na semana que vem não vai. Até porque eu tenho que acertar essa relação com o Davi. Então não vou trabalhar em texto este final de semana. Eu tenho ainda algumas reuniões que eu não tinha feito lá no Congresso, com partidos que eu não tinha conversado. Vou aproveitar pra fazer a semana que vem, e que a gente possa ter um tempinho mais pra trabalhar”, disse Paulinho da Força.
Após o episódio considerado traumático da PEC da Blindagem, líderes do Centrão querem uma garantia de que o Senado não vai travar ou enterrar o PL da Dosimetria caso ele seja aprovado na Câmara. Os deputados temem, mais uma vez, lidarem sozinhos com eventual crise na opinião pública caso aprovem a proposta.
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Mais cedo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que precisaria de mais tempo para definir a votação do PL da Dosimetria. Entre os motivos, ele citou o diálogo com Alcolumbre e também a necessidade de o relator conversar com mais bancadas.
“Não tenho uma temperatura precisa de como tem sido a conversa do relator, até porque ele não conversou ainda com todos os partidos, e eu não conversei com os líderes após a sua passagem de conversa com os deputados de cada bancada, de cada partido. Então eu preciso de um pouco mais de tempo para poder entender qual é o sentimento da casa e decidir sobre pautar ou não o projeto que está sendo relatado pelo deputado Paulinho da Força”, iniciou Motta.
O presidente da Câmara ainda comentou sobre Alcolumbre: “Nós temos dialogado muito, não só com o Senado mas com os demais Poderes, com o Poder Judiciário com o Poder Executivo. […] Penso que a Câmara tem a sua independência, seu protagonismo, e nós vamos no dia a dia construindo, de acordo com cada assunto, o diálogo que for necessário para que as casas possam estar interagindo sobre aquilo que interessa à população brasileira”.
Ainda é incerta a contagem de votos para a proposta de redução de penas. O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aceita qualquer benefício aos condenados, enquanto o PL acha a ideia de dosimetria insuficiente, e insiste num perdão que livre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da prisão. O Centrão, por sua vez, teme mexer nesse vespeiro sem a garantia de que o Senado dará andamento à proposta, caso ela seja aprovada.