Após recordes, Bolsa cai e dólar oscila com Petrobras e falas do Fed
O dólar operava perto da estabilidade nesta sexta-feira (7/11), dia no qual os investidores repercutem a divulgação do balanço financeiro da Petrobras referente ao terceiro trimestre de 2025.
A expectativa no mercado gira em torno de até onde pode chegar o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), que vem de uma sequência de nove recordes consecutivos de fechamento e já pulverizou a marca dos 154 mil pontos.
Dólar
- Às 13h04, o dólar subia 0,01%, a R$ 5,349, praticamente estável.
- Mais cedo, às 10h11, a moeda norte-americana avançava 0,25% e era negociada a R$ 5,362.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,366. A mínima é de R$ 5,343.
- Na véspera, o dólar terminou a sessão em queda de 0,24%, cotado a R$ 5,347.
- Com o resultado, a moeda dos Estados Unidos acumula perdas de 0,59% em novembro e de 13,46% frente ao real em 2025.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na B3, operava em baixa no pregão.
- Às 13h09, o índice recuava 0,3%, aos 152,8 mil pontos, após uma série de altas consecutivas nos últimos dias.
- No dia anterior, o indicador fechou o pregão em leve alta de 0,03%, aos 153,3 mil pontos, 9º recorde seguido.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 2,54% no mês e de 247,48% no ano.
Lucro e dividendos da Petrobras
O principal destaque do último pregão da semana é a repercussão dos resultados financeiros divulgados pela Petrobras na noite dessa quinta-feira (6/11).
A empresa registrou lucro líquido de US$ 6,02 bilhões (cerca de R$ 32,2 bilhões, pela cotação atual) no período entre julho e setembro deste ano. O resultado representou crescimento de 2,7% em relação ao terceiro trimestre de 2024.
A Petrobras reportou aumento do lucro, na comparação anual, mesmo com o recuo de 13,9% nos preços do petróleo, também em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Entre julho e setembro, o barril do petróleo do tipo Brent, referência no mercado internacional, custou, em média, US$ 69,07.
Ainda segundo o balanço divulgado pela Petrobras, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 11,7 bilhões (cerca de R$ 62,5 bilhões), com aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
A estatal reportou ainda queda de 12,8% em seu fluxo de caixa operacional, para US$ 9,85 bilhões. O fluxo de caixa livre caiu 27,6%, para US$ 4,96 bilhões.
No fim de setembro de 2025, a Petrobras contava com US$ 9 bilhões em caixa. As disponibilidades ajustadas somavam US$ 11,7 bilhões.
De acordo com a Petrobras, os investimentos da companhia somaram US$ 14 bilhões no acumulado deste ano até setembro, com alta de 28,6% em relação ao mesmo período de 2024. No terceiro trimestre, o aporte foi de US$ 5,5 bilhões, o que representou expansão de 24,3% na comparação com o trimestre anterior.
A produção de óleo e gás alcançou 3,14 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), com aumento de 5% em relação ao segundo trimestre e de 17% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Além dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025, a Petrobras anunciou que o Conselho de Administração da companhia aprovou o pagamento de dividendos de R$ 12,16 bilhões, ao todo, aos acionistas. O valor representa R$ 0,94320755 por ação ordinária e preferencial em circulação. Os dividendos são a parcela do lucro líquido que uma empresa distribui aos seus acionistas.
De acordo com o comunicado da Petrobras, o pagamento de dividendos está alinhado à política de remuneração vigente aos acionistas, segundo a qual, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo definido no Plano Estratégico da empresa (atualmente de US$ 75 bilhões), a Petrobras tem de distribuir aos acionistas 45% do fluxo de caixa livre. A companhia informou que essa distribuição é compatível com a sustentabilidade financeira da Petrobras.
Até onde o Ibovespa pode ir?
No pregão desta sexta-feira, o Ibovespa tentará engatar seu décimo recorde consecutivo de fechamento. A máxima histórica intradiária (durante o pregão) também vem sendo sucessivamente renovada. Na véspera, o índice bateu 154.352,25 pontos.
Segundo Marco Ribeiro Noernberg, sócio e estrategista de renda variável da Manchester Investimentos, o Ibovespa pode ultrapassar os 160 mil pontos até o fim do ano.
“O aspecto ‘até onde a bolsa vai’ é multifatorial, mas, se a gente continuar vendo bons balanços, um fluxo estrangeiro contínuo dentro da nossa Bolsa e, eventualmente, uma perspectiva de Selic melhor do que está sendo olhado hoje, poderemos ver a Bolsa com 160 mil pontos ou até mais”, afirma.
“No fim do ano passado, a Bolsa patinava em torno dos 120 mil pontos. A projeção do mercado é que havia fôlego para os 150 mil pontos – uma marca simbólica para o índice – serem atingidos até o fim do ano. Mas o desempenho deste ano fez com que a marca fosse atingida com quase dois meses de antecedência”, observa Noernberg.
Falas de dirigentes do Fed
No front externo, o mercado acompanha declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
Nesta sexta-feira, estão previstos pronunciamentos de dois diretores da autoridade monetária norte-americana – Philip Jefferson e Stephen Miran.
Em sua última reunião, no fim de outubro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed promoveu o segundo corte consecutivo de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, que passou a ficar no intervalo entre 3,75% e 4% ao ano. É o menor patamar desde novembro de 2022.
A decisão do Fed foi tomada em meio a um “voo cego” da autoridade monetária, que não pôde contar com os dados oficiais de emprego nos EUA por causa do “shutdown” – a paralisação de diversos setores da máquina governamental no país, que já é a maior da história.
Os dados sobre o mercado de trabalho são um dos componentes mais importantes observados pelo BC dos EUA para definir a taxa de juros. O relatório de empregos referente ao mês de setembro não foi divulgado pelo Departamento do Trabalho por causa do “shutdown”.
A votação não foi unânime. Stephen Miran, novo integrante do Fed, indicado por Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,5 ponto percentual, enquanto Jeffrey R. Schmid votou pela manutenção da taxa de juros.
A próxima reunião do Fed para definir a taxa de juros, a última do ano, está marcada para os dias 9 e 10 de dezembro. A maioria dos analistas do mercado aposta em mais um corte de 0,25 ponto percentual.

