Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Um grande ataque hacker abalou o sistema financeiro nacional na última sexta-feira, dia 29 de agosto, …
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um grande ataque hacker abalou o sistema financeiro nacional na última sexta-feira, dia 29 de agosto, quando a empresa Sinqia, provedora de tecnologia para operações bancárias, teve seu ambiente Pix invadido. A ação criminosa resultou no desvio de cerca de R$ 400 milhões, transferidos para contas de “laranjas”. A invasão afetou um número limitado de bancos, incluindo clientes do HSBC, e a Polícia Federal foi acionada para investigar o caso. A gravidade do ataque exigiu uma resposta rápida, levando o Banco Central (BC) a interromper a conexão da Sinqia com a rede do sistema financeiro para conter o prejuízo.
Em resposta ao ocorrido, a Sinqia emitiu uma nota confirmando a atividade suspeita e informou que suas equipes reagiram imediatamente. A empresa está trabalhando com o apoio de especialistas forenses para investigar a fundo o incidente e reconstruir as plataformas afetadas em um ambiente totalmente novo, com monitoramento e segurança reforçados. Apesar de não detalhar os valores desviados ou quais clientes foram atingidos, a empresa reforçou o compromisso em colaborar com as instituições financeiras lesadas. Enquanto a Polícia Federal atua para identificar os responsáveis, o Banco Central segue empenhado na missão de recuperar o restante do dinheiro que foi desviado.
Este incidente levanta um alerta para a segurança das transações digitais, ocorrendo pouco tempo após outro ataque de grandes proporções em julho, quando hackers desviaram quase R$ 1 bilhão da C&M Software, outra provedora de serviços para bancos. Embora não haja indícios de conexão entre os dois casos, a recorrência de ataques demonstra a crescente sofisticação dos cibercriminosos. Curiosamente, um dia antes do ataque à Sinqia, o Banco Central havia anunciado melhorias no sistema Pix para aperfeiçoar os mecanismos de segurança e agilizar a devolução de valores em casos de fraude, destacando a preocupação constante da autoridade monetária com a segurança do sistema.
Da Redação do Direto do Congresso
Por Banco Central
BC aprimora o Mecanismo Especial de Devolução do Pix
O Banco Central (BC) publicou nesta quinta-feira (28/8) alterações no Regulamento do Pix para aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução (MED). O MED é o mecanismo de segurança do Pix que permite a devolução de recursos para a vítima de fraudes, golpes ou coerção.
Atualmente, a devolução dos recursos é feita apenas a partir da conta originalmente utilizada na fraude. O problema é que os fraudadores, normalmente, conseguem retirar rapidamente os recursos dessa conta e transferi-los para outras contas. Assim, quando o cliente faz a reclamação é comum que essa conta já não possua fundos para viabilizar a devolução.
Com os aprimoramentos, o MED vai identificar possíveis caminhos dos recursos. Essa identificação vai ser compartilhada com os participantes envolvidos nas transações e permitirá a devolução de recursos em até 11 dias após a contestação.
O BC espera que, com essa medida, aumente a identificação de contas usadas para fraudes e a devolução de recursos, desincentivando fraudes. O compartilhamento dessas informações impedirá ainda o uso dessas contas para novas fraudes.
Essa nova funcionalidade estará disponível para uso facultativo a partir de 23 de novembro. A partir de 2 de fevereiro de 2026, a funcionalidade será obrigatória.
Autoatendimento tornará MED mais ágil
A partir de 1º de outubro, todos os participantes vão disponibilizar, no ambiente Pix nos respectivos aplicativos, funcionalidade para que uma transação possa ser facilmente contestada, sem a necessidade de interação humana. Esse será o canal por meio do qual o usuário deve solicitar a devolução dos valores extraídos por meio de fraude.
O autoatendimento do MED dará mais agilidade e velocidade ao processo de contestação de transações fraudulentas, o que aumenta a chance de ainda haver recursos na conta do fraudador para viabilizar a devolução para a vítima.
Segurança, um pilar do Pix
A segurança é um dos pilares fundamentais do Pix e seu aprimoramento é um processo contínuo. O BC atua de forma permanente para garantir a manutenção do elevado patamar de segurança do Pix.
