Atuação na trama golpista deve dominar sabatina de Gonet
A atuação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, nos casos envolvendo a tentativa de golpe de Estado e os atos de 8 de janeiro deve ser um dos principais focos da sua sabatina no Senado Federal, marcada para a próxima quarta-feira (12).
Gonet foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para mais um biênio no cargo. Na primeira vez, em 2023, seu nome foi aprovado pela maioria dos senadores. A recondução, no entanto, depende de uma nova sabatina.
Segundo auxiliares do procurador-geral, Gonet já se prepara para responder questões sobre a denúncia oferecida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso do plano de golpe.
A ação, julgada pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), resultou na condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. A Corte já tem maioria para rejeitar o recurso da defesa.
Também são aguardadas perguntas sobre a denúncia oferecida por Gonet contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), devido à sua atuação nos Estados Unidos, que gerou uma série de sanções ao Brasil.
No entorno do procurador-geral, a avaliação é de que o tema estará “quente”, já que o julgamento que vai definir se o parlamentar vira réu está marcado para começar no dia 14, apenas dois dias depois da sabatina.
Auxiliares de Gonet apontam que ele está pronto para rechaçar as eventuais alegações de que ele atuaria com motivação política, um discurso recorrente por parte de parlamentares bolsonaristas.
Como resposta, o procurador-geral vai destacar que pediu o arquivamento, por exemplo, do inquérito contra Bolsonaro que apurava fraudes na carteira de vacinação. Isso porque, nesse ponto, a delação do tenente-coronel Mauro Cid não foi confirmada por outras provas.
Gonet também deve relembrar que, recentemente, pediu o fim da investigação contra Bolsonaro por uso indevido de bens e recursos públicos nos eventos de 7 de Setembro de 2022. Isso indicaria uma atuação técnica.
A sabatina ocorre primeiro na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Se o nome for aprovado, há um “segundo round” no plenário do Senado. O relator, senador Omar Aziz (PSD-AM), já apresentou seu parecer pela aprovação.
Por Por Brasília
Fonte CNN Brasil
Foto: Rosinei Coutinho/STF


