Bolsas da Europa avançam, à espera da queda de juros nos EUA

Com exceção de Londres, os principais índices das bolsas de valores da Europa fecharam em alta nesta segunda-feira (15/9), em meio à expectativa do mercado financeiro pela queda na taxa de juros nos Estados Unidos.
O que aconteceu
- O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, fechou com ganhos de 0,42%, aos 557 pontos.
- Na Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, o índice DAX avançou 0,21%, aos 23,7 mil pontos.
- Em Paris, o CAC 40 subiu 0,92%, aos 7,8 mil pontos.
- Na Bolsa de Madri, o Ibex 35 fechou em alta de 0,57%, aos 15,3 mil pontos.
- A exceção negativa ficou por conta da Bolsa de Londres. O índice FTSE 100 encerrou o pregão com leve perda de 0,07%, aos 9,2 mil pontos, perto da estabilidade.
Juros nos EUA
As atenções dos investidores estão voltadas para a decisão de política monetária nos EUA.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) anuncia a nova taxa de juros na próxima quarta-feira (17/9).
Atualmente, os juros da economia dos EUA se situam no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. Em sua última reunião, no fim de julho, o Fomc manteve a taxa inalterada.
Neste momento, 100% dos analistas do mercado trabalham com o cenário de queda dos juros na quarta-feira. A dúvida é se o corte será de 0,25 ou de 0,5 ponto percentual.
Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo para o seu segundo mandato na Casa Branca, em janeiro, os juros não caíram no país. Nesta segunda-feira, o republicano voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, e a cobrar o corte dos juros.
Dados da China
Os investidores europeus também repercutem indicadores econômicos da China, que mostraram o aprofundamento da desaceleração no gigante asiático.
As vendas do comércio varejista chinês recuaram 3,4% em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, abaixo da estimativa de 3,9%. A produção industrial, por sua vez, cresceu 5,2%, desacelerando em relação aos 5,7% do mês anterior – foi o menor ritmo de expansão desde agosto de 2024.
Setor bancário em alta
Entre os principais destaques do dia, o setor bancário fechou o pregão com valorização de 1,2%.
As ações do UBS avançaram 2,26%, em meio aos rumores de que o banco suíço estuda uma mudança para os EUA, diante de propostas do governo local sobre novas exigências de capital.
Balança comercial
No âmbito macroeconômico, a balança comercial de bens da zona do euro teve um superávit de 12,4 bilhões de euros em julho deste ano, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Eurostat, órgão oficial de estatísticas da União Europeia (UE).
O resultado ficou acima do saldo positivo do mês anterior, de 8 bilhões de euros, mas veio abaixo do mesmo período do ano passado, de 18,5 bilhões de euros.
Fitch rebaixa nota de crédito da França
Apesar do bom resultado da Bolsa de Paris, o mercado segue apreensivo em relação aos desdobramentos da crise política na França. Os investidores ainda digerem a posse do novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, em meio a uma onda de protestos contra o governo do presidente Emmanuel Macron.
Lecornu tem de enviar ao Congresso, até o dia 7 de outubro, um projeto com o orçamento de 2026.
A revisão da nota de crédito da França pela Fitch, divulgada na última sexta-feira (12/9), também repercutiu no mercado. A nota foi rebaixada de AA- para A+, o nível mais baixo já registrado no país.
As agências de classificação de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e de outras empresas. Com base em critérios como juros, dívida, capacidade fiscal e outros, as agências concedem uma nota de crédito.
Além da Fitch, a S&P e a Moody’s completam a lista das principais agências de risco no mercado global. As três foram fundadas ainda no início do século passado e têm sede em Nova York, nos EUA (a Fitch tem sede dupla, em Nova York e em Londres, na Inglaterra).