CNI: confiança da indústria exportadora do Brasil desaba com tarifaço
A confiança da indústria exportadora do Brasil diminuiu de forma significativa nos últimos dois meses, principalmente por causa do tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. É o que mostra um levantamento divulgado nesta segunda-feira (1º/9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo a pesquisa, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) recuou, entre junho e agosto, de 50,2 pontos para 45,6 pontos.
O indicador varia de 0 a 100. De acordo com a CNI, valores acima dos 50 pontos mostram otimismo do setor; abaixo de 50, pessimismo.
Ainda de acordo com a CNI, o aumento do pessimismo dos empresários industriais tem ligação com o tarifaço de Trump, que entrou em vigor no dia 6 de agosto. O Brasil é alvo de taxas de 50% sobre grande parte de seus produtos exportados aos EUA.
Em junho, o índice da CNI registrou queda de 1,7 ponto. Em julho, de 2,9 pontos, totalizando 4,6 pontos de recuo no período.
Leia também
-
Indústria
Confiança da indústria tem a maior queda desde a pandemia, diz FGV
-
Economia
Lula e Alckmin anunciam R$ 12 bi em crédito para impulsionar indústria
-
Indústria
Indústria da construção diminui projeção de crescimento para 2025
-
Indústria
Indústria têxtil projeta 20 mil empregos perdidos com tarifaço dos EUA
O Icei geral, que inclui empresas que vendem apenas para o mercado interno, está abaixo dos 50 pontos há oito meses.
Expectativas
De acordo com o levantamento, o Índice de Expectativas, que mede o grau de confiança dos empresários do setor em relação ao futuro da economia e dos próprios negócios em um período de seis meses, recuou 5 pontos nos dois meses entre junho e agosto – de 52,2 pontos para 47,2 pontos.
Presidente da CNI defende negociações
Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, defendeu a intensificação das negociações comerciais entre Brasil e EUA e pediu “cautela e discussões técnicas” para tentar a reversão ou a redução do tarifaço.
“Precisamos de todas as formas buscar manter a firme e propositiva relação de mais de 200 anos entre Brasil e EUA”, afirmou Alban.