Conversa entre Trump e Zelensky foca em pressão econômica à Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (4/9) que teve uma “conversa longa e muito detalhada” com o presidente norte-americano, Donald Trump, logo após a reunião da chamada Coalizão dos Dispostos, em Paris. O diálogo entre os dois ocorreu por telefone e teria focado em novas sanções econômicas à Rússia, para forçar um possível cessar-fogo duradouro.
Antes da conversa com Trump, Zelensky diz ter dialogado, também, com líderes europeus sobre o assunto. Nesse caso, ele diz ter falado sobre “como conduzir a situação rumo a uma paz real”, diante da guerra na Ucrânia, que já perdura há mais de três anos.
“Discutimos diferentes opções, e a mais importante é a pressão, usando medidas fortes, particularmente econômicas, para forçar o fim da guerra”, escreveu o ucraniano no X.
Ele acrescentou, ainda, que o caminho para a paz passa por “privar a máquina de guerra da Rússia de dinheiro”.
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, neste sábado (23/8), que não cederá territórios ucranianos à Rússia, ao celebrar o Dia da Bandeira Nacional
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Trump e Zelensky
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Putin e Trump no Alasca em agosto de 2025
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Encontro entre Trump e Putin teve várias pautas
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Garantias de segurança
Mais de 30 países participaram do encontro em Paris, entre eles Trump e chefes de Estado europeus. Após a reunião, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que 26 nações se comprometeram a enviar tropas à Ucrânia em caso de cessar-fogo, em papéis terrestres, marítimos ou aéreos.
“Vinte e seis países concordaram em fornecer garantias de segurança à Ucrânia. Acredito que hoje tivemos o primeiro passo concreto”, comemorou Zelensky.
O líder ucraniano também afirmou que novos pacotes de sanções estão em preparação. A União Europeia prepara o 19º conjunto de restrições contra Moscou, e o Japão estuda medidas semelhantes.
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Pressão econômica
Segundo uma autoridade da Casa Branca, Trump pediu aos europeus que parem de comprar petróleo russo, sob o argumento de que a prática financia diretamente a guerra. Ele citou que a Rússia recebeu 1,1 bilhão de euros em vendas de combustível para a UE no último ano.
O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, confirmou a pressão de Trump por medidas mais duras.
“A abordagem dele foi basicamente a de que devemos agir juntos na política de sanções e buscar maneiras de deter a máquina de guerra da Rússia por meios econômicos. Nesse caso, há dois alvos: petróleo e gás”, declarou.
Um projeto de lei da Comissão Europeia prevê eliminar gradualmente as importações de petróleo e gás russos até 1º de janeiro de 2028.
“Que venha a Moscou”
Enquanto os aliados discutiam sanções, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na quarta-feira (3/9) estar “pronto” para um encontro com Zelensky, mas somente em Moscou. Ele disse que só aceitaria a reunião se houvesse “resultados tangíveis” e manteve a posição de que a ofensiva russa seguirá sem concessões às exigências de Kiev.
Zelensky, por sua vez, rechaçou a proposta: “A ideia de minha ida a Moscou mostra que a Rússia não quer que o encontro aconteça”, respondeu.
A possibilidade de uma reunião bilateral entre os dois líderes, a primeira desde o início da guerra, havia sido aberta durante a cúpula entre Putin e Trump, em agosto, no Alasca, mas declarações recentes do Kremlin esfriaram a chance de um encontro próximo.