Coreia do Sul e EUA chegam a acordo após prisão de 475 trabalhadores
Após uma reunião de emergência nesse sábado (6/9) e o envio de representantes diplomáticos à Geórgia, nos Estados Unidos, o governo da Coreia do Sul afirma ter chegado a um acordo para libertar seus cidadãos, detidos em uma mega-operação do serviço de imigração norte-americano em uma fábrica da Hyundai na quinta-feira (4/9). Na ocasião, 475 trabalhadores imigrantes – entre eles mais de 300 cidadãos sul-coreanos – foram presos.
“As negociações para a libertação dos trabalhadores detidos foram concluídas, após respostas rápidas dos ministérios, agências empresariais e empresas relevantes”, disse o chefe de gabinete da presidência sul-coreana, Kang Hoon-sik.
Entre as medidas está o frete de um avião para repatriar as centenas de trabalhadores detidos.
A operação, realizada pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) em uma fábrica de baterias de automóveis da Hyundai e considerada a maior da história do Departamento de Segurança Interna norte-americano em número de detidos de uma só vez, foi recebida com críticas no país asiático.
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Um vídeo, divulgado por autoridades do ICE, mostra os trabalhadores asiáticos algemados em frente a um prédio, alguns usando coletes amarelos com nomes como “Hyundai” e “LG CNS”. Assista:
Um comunicado emitido pelo porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA afirma que muitos dos presos não estavam autorizados a trabalhar no país e tinham apenas vistos temporários para turismo e viagens de negócios.
Do total de detidos, 47 pessoas (46 sul-coreanos e um indonésio) são funcionários seniores da empresa, e cerca de 250 são funcionários de empresas subcontratadas, a maioria sul-coreana.
Após a detenção em massa, o presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, chegou a determinar que “todos os esforços” fossem tomados para responder rapidamente. O ministro das Relações Exteriores, Cho Hyun, informou que uma força-tarefa foi montada e que ele estava preparado para viajar até Washington D.C. para reuniões com autoridades norte-americanas, se necessário.
A operação faz parte da campanha de Trump contra a imigração ilegal, iniciada em janeiro, e aumenta a tensão entre Washington e Seul, que também divergem sobre um acordo comercial envolvendo US$ 350 bilhões (cerca de R$ 1,89 trilhão) em investimentos sul-coreanos nos EUA.