Cotado para governo de MG, Pacheco adota tom alinhado ao de Lula

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado Federal, tem sido figurinha carimbada nas agendas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Minas Gerais. O petista não esconde a preferência pelo nome de Pacheco para disputar o governo estadual em 2026, mas o cenário ainda é incerto.
Desde que deixou a presidência do Senado, em fevereiro, Pacheco tem sido incentivado por Lula a se candidatar à Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. Naquele momento, no entanto, uma ala do PT mineiro via com ceticismo a viabilidade eleitoral do senador, diante da força de Cleitinho (Republicanos-MG) no estado, como mostrou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.
Intenção de voto para governador de Minas
- A pesquisa Quaest, com intenção de voto para governador de Minas Gerais, mostrou que Pacheco ainda encontra dificuldades em desbancar nomes fortes no estado, como Cleitinho e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PDT).
- O levantamento mostrou Cleitinho (Republicanos) com 28%, Alexandre Kalil (PDT) com 16%, Rodrigo Pacheco (PSD) com 9% e Mateus Simões (Novo) com 4%
- Romeu Zema (Novo) não poderá disputar o governo do estado novamente, mas pode trabalhar para fazer um sucessor. O índice atual de aprovação dele encontra-se em 55%; a desaprovação aparece com 35%.
Só este ano, Lula já esteve em Minas Gerais em sete momentos, com a presença de Pacheco no palanque. Nos primeiros eventos, o petista reforçou o desejo de apoiar a candidatura do senador ao governo de Minas, enquanto ele ainda se mantém tímido nas declarações.
Já em abril, durante evento em Montes Claros (MG), a militância gritava: “Pacheco governador”. Em aceno, o senador defendeu a estabilidade democrática e legislativa do Brasil.
Dois meses depois, em Contagem (MG), os dois trocaram elogios. “Depois desse governador que eu não vou falar o nome [Romeu Zema], esse estado não merece Nikolas ou Cleitinho. Não merece”, disse Lula. Pacheco discursou, defedendo a reconstrução do estado, com diálogo e em oposição à “negação”.
Críticas à família Bolsonaro
O tom do senador tem se aproximado cada vez mais ao de Lula. Em agosto, novamente em Contagem, ele fez críticas à família de Jair Bolsonaro (PL), especialmente ao filho do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro.
“Brasileiro que ousa ir para o exterior para trabalhar contra o país é traidor da pátria. Isso precisa ser dito por todas as letras. […] Essa bandeira do Brasil não é para enxugar suor de fascista. A bandeira do Brasil é o símbolo nacional que pertence a todos nós”, enfatizou o senador.
Com apoio de ministros próximos a Lula, como Jader Barbalho Filho (Cidades) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), Pacheco já é tratado como candidato natural ao governo mineiro.
A estratégia petista para 2026 passa por alianças com nomes competitivos nos estados-chave, mesmo que isso signifique abrir mão de candidaturas próprias. Em Minas Gerais, terceiro maior colégio eleitoral do país, Pacheco se mostra como aposta central desse movimento.