Cúpula do Clima: Lula vê vitórias e quer mais verba de países ricos
Belém – Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) veem o copo meio cheio e consideram uma vitória os aportes anunciados na abertura da Cúpula do Clima. Agora, o petista chega nesta sexta-feira (7/11) para o encerramento do evento, que antecede a 30º Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), com expectativa de catapultar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
Lula deve ter nesta sexta uma nova leva de encontros bilaterais. Um deles é com o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, que sinalizou aporte no fundo. Outros países que indicaram participação, mas não apontaram valores, são o Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Emirados Árabes, Finlândia, Irlanda e Japão, por exemplo.
Segundo interlocutores do governo, espera-se que o saldo de toda a COP para o TFFF seja definido nesta sexta. A avaliação é que os líderes que se prepararam para o evento vão anunciar aportes quando estiverem presentes. Não faria sentido anunciar na próxima semana através de um representante de nível mais baixo de governo.
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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 30
Ricardo Stuckert
Vice-presidente do Quênia, Abraham Kithure Kindiki, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 30
Ricardo Stuckert
Primeiro-Ministro do Reino da Noruega, Jonas Gahr Støre, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Pietro Parolin, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Primeiro-Ministro do Reino dos Países Baixo, Dick Schoof, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
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Vice-Primeiro-Ministro e Chanceler da República Italiana, Antonio Tajani, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, com a primeira-dama Janja e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
Governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP30
Ricardo Stuckert
A Cúpula dos Líderes reúne presidentes e demais autoridades máximas dos países. Durante a COP, as discussões acontecem em nível ministerial, junto com a sociedade civil ou empresas privadas. A próxima janela de aportes, acredita o Planalto, será na Cúpula do Mercosul, em dezembro, quando será discutido o acordo comercial com a União Europeia.
Nesta quinta-feira (6/11), Lula conseguiu anúncios de US$ 3 bilhões da Noruega, US$ 577 milhões da França e US$ 1,3 milhão de Portugal. Mas mais nações sinalizaram, durante um almoço com o petista, que aportarão verba no fundo que visa financiar a manutenção de florestas nos países em desenvolvimento. O chamado TFFF é a aposta para o legado do Brasil na COP30.
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O governo escolheu ver o copo meio cheio porque, junto com os aportes de R$ 1 bilhão cada anunciados pelo Brasil e pela Indonésia, o TFF passa a contar com US$ 5,5 bilhões prometidos. O objetivo final para investimentos de governos é de US$ 25 bilhões, com meta de fechar 2025 com pelo menos US$ 10 bilhões.
Mas a parte negativa para o governo é que tanto os aportes da Noruega quanto o da França não acontecerão de uma vez só. Os três bilhões noruegueses serão investidos ao longo de dez anos.
O TFFF
O mecanismo prevê recompensa financeira aos países em desenvolvimento que conservem esse tipo de bioma, importante para a mitigação das mudanças climáticas. Ele é tratado como o grande objetivo do governo Lula, que quer deixar como legado da COP30 a implementação de políticas climáticas que cheguem a US$ 1,3 trilhão até 2035.
“Pela primeira vez na história, os países do Sul global terão um protagonismo em uma agenda de florestas. […] Elas retêm carbono, garantem fluxos hídricos e protegem a biodiversidade. Sem elas não temos água para beber nem para plantar. Quando a destruição das florestas atingir pontos irreversíveis, será sentido nos quatro cantos do mundo”, afirmou Lula ao lançar oficialmente o TFFF, na Cúpula do Clima.
No total, mais de 70 países são considerados elegíveis para receber os recursos do TFFF. O maior desafio, porém, é fazer com que os países desenvolvidos coloquem dinheiro nesse mecanismo. Ele funcionará como uma espécie de reserva de investimento, gerido pelo Banco Mundial. Os países investidores podem resgatar o capital, e o financiamento ocorreria a partir do lucro desse fundo.
O petista reforçou a meta de recompensar os países em US$ 4 por hectare preservado. O horizonte do TFFF prevê aporte de US$ 25 bilhões de nações investidoras e US$ 75 bilhões do setor privado nos próximos anos. A ideia é que o fundo seja de perfil seguro, de baixo risco. A projeção é que o mecanismo viabilize US$ 4 bilhões anuais para a conservação ambiental.

