Dólar cai e Bolsa caminha para novo recorde com 2º maior juro do mundo
Os investidores mantiveram, nesta quinta-feira (6/11), o apetite por aplicações que oferecem maior risco. Assim, o dólar registrou queda de 0,24% frente ao real, cotado a R$ 5,34. Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), caminhava para bater o nono recorde seguido, embora oscilasse bastante.
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em parte, a queda do dólar em relação ao real acompanhou um movimento global. O índice DXY, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes (euro, iene, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), anotava baixa de 0,44%, aos 99,73 pontos, às 16h45.
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Além disso, diz Shahini, a decisão tomada na quarta-feira (5/11) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), de manter a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, em 15%, foi “vista como sinal de independência e firmeza na condução da política monetária”.
Dessa forma, acrescenta o analista, ela ajudou a reforçar o carry trade. Nessa estratégia, os investidores tomam dinheiro emprestado em um país com juros baixos e o aplicam em outro mercado, onde as taxas são mais altas. Com a Selic a 15% ao ano, o Brasil torna-se especialmente atraente para esse tipo de movimento. O país tem o segundo maior juro real do mundo, só perde para a Turquia.
João Duarte, sócio da ONE Investimentos, concorda que a sustentação do câmbio no Brasil foi resultado do diferencial de juros. “O Copom manteve a Selic em 15% e deixou claro que os juros vão permanecer nesse nível por um período bastante prolongado”, diz. “Ou seja, não há nenhum sinal de corte no curto prazo. Esse tom mais duro reforça o carry trade, atrai capital estrangeiro e dá suporte ao real.”
No exterior, observa o analista, a “queda do dólar global vem da leitura de que o mercado de trabalho americano está esfriando, o que mantém a chance de mais um corte de juros pelo Fed até o fim do ano. “Mas o discurso do FED segue dividido, então, a volatilidade continua”, afirma.

