Dólar sobe e Bolsa cai na véspera do julgamento de Bolsonaro
Os mercados de de câmbio e de ações tiveram um dia de baixa movimentação no Brasil nesta segunda-feira (1º/9), com liquidez global reduzida, por causa do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. Nesse contexto, o dólar registrou alta de 0,32% em relação ao real, cotado a R$ 5,43. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), fechou em leve queda de 0,10%, aos 141.283 pontos.
A moeda americana apresentou maior valorização no Brasil, na comparação com outros emergentes. Ela também subiu no México e na Colômbia, mas as elevações, nesses dois mercados, foram menores. Por volta das 17 horas, a alta era de 0,03% no caso mexicano, o que na prática indica estabilidade do câmbio, e de 0,13% em relação ao peso colombiano.
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Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a alta do dólar no Brasil foi sustentada por fatores técnicos e pelo ambiente de baixa liquidez decorrente do feriado nos Estados Unidos.
“A valorização ocorre depois de forte queda a moeda americano no mês passado e reflete a pressão da queda das commodities na sessão de hoje, em especial do minério de ferro, influenciada por dados mistos de atividade na China”, diz o analista.
Dados dos EUA
“No horizonte imediato”, acrescenta o técnico, o “mercado aguarda os próximos indicadores — com destaque para o payroll (com informações sobre o mercado de trabalho) nos EUA, que poderá definir expectativas sobre cortes de juros ainda em setembro —, mantendo o câmbio em compasso de espera”.
Inflação e Bolsonaro
No cenário interno, os investidores acompanharam a divulgação do Boletim Focus, preparado semanalmente pelo Banco Central (BC). A pesquisa mostrou que os agentes de mercado consultados pelo BC reduziram pela décima quarta semana seguida a projeção de inflação para 2025. Agora, ela ficou em 4,85%. Para 2026, ela caiu pela sétima vez (4,31%) e, para 2027, pela segunda (3,94%).
O mercado também vive a expectativa do início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para esta terça-feira (2/9). Ele será julgado por suposta participação em tentativa de golpe de Estado, em 2022.