Endividamento bate recorde e inadimplência avança no Brasil

O endividamento das famílias brasileiras avançou em outubro de 2025, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta semana, mostra que 79,5% das famílias declararam ter dívidas a vencer, sendo o maior percentual da série histórica. Além disso, o indicador de percepção de “muito endividados” chegou a 16,5%, o maior patamar desde agosto de 2024.

Mesmo com a inadimplência estabilizada em 30,5% das famílias, houve crescimento entre aquelas que afirmaram que não terão condições de pagar as dívidas em atraso: o índice alcançou 13,2%, renovando o recorde.

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Outra ponto que acende o sinal de alerta é o percentual de famílias com mais da metade da renda comprometida com dívidas, que subiu para 19,1%, enquanto a média de comprometimento da renda com dívidas chegou a 29,6%, o maior desde maio.

O relatório destaca que o crescimento mais acentuado se deu entre famílias com renda entre 5 e 10 salários mínimos. Segundo a CNC, esse “efeito de classe média” traz um alerta de que o problema não está restrito às parcelas mais vulneráveis da população.

O crédito ao consumidor é um importante motor de crescimento para o varejo, bens duráveis e serviços. No entanto, quando o endividamento se eleva demais e a inadimplência acompanha, há risco de “desaceleração” abrupta, ou seja, famílias que já comprometem quase 30% da renda não têm fôlego para novos gastos.

O relatório aponta que, mesmo com o indicador de Acesso ao Crédito estabilizado em outubro, a percepção de que não é bom momento para comprar bens duráveis continuou caindo, o que sugere retração futura do consumo.

Projeções da CNC indicam que 2025 deve acabar com famílias “significativamente mais endividadas” (+3,3 pontos percentuais) e mais inadimplentes (+1,5 pp) em relação ao fim de 2024.

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