governo dos EUA nega motivação política em cortes de voos
As companhias aéreas dos Estados Unidos cancelaram mais de 800 voos nesta sexta-feira (7/11), o maior número desde o início do shutdown que assombra o governo norte-americano, em resposta a uma ordem da administração de Donald Trump que determinou a redução do tráfego aéreo. A medida foi adotada em meio a crescentes preocupações com a falta de pessoal nos serviços de controle de tráfego, afetados pelo impasse orçamentário que já dura dois meses.
O governo de Trump anunciou na quarta-feira (5/11) que as companhias aéreas americanas deveriam reduzir seus voos em até 10% em 40 aeroportos, incluindo os principais centros de conexão do país — como Atlanta, Nova York, Chicago e Dallas.
A decisão ocorre a poucas semanas do Dia de Ação de Graças, uma das épocas mais movimentadas do ano para o setor aéreo.
“Não se trata de política, mas de avaliar dados e mitigar riscos no sistema, já que os controladores continuam trabalhando sem receber salário”, afirmou o secretário de Transportes, Sean P. Duffy, em comunicado.
Segundo a ordem de emergência, os cortes começaram gradualmente: 4% nesta sexta-feira, 6% até terça-feira (11), 8% até quinta (13) e 10% até o dia 14 de novembro.
Mais de 800 voos cancelados
Segundo o site FlightAware, mais de 800 voos foram cancelados nesta sexta e outros 500 estão previstos para sábado, um salto significativo em relação aos 200 cancelamentos registrados na véspera.
A American Airlines informou que conseguiu realocar a maior parte dos 12 mil passageiros afetados, reduzindo a frequência de partidas em rotas curtas para minimizar os impactos. Ao todo, a empresa cancelou 220 voos. No aeroporto O’Hare, em Chicago, 40 partidas foram suspensas, além de dezenas em Atlanta, Dallas e Denver.
O administrador da Administração Federal de Aviação (FAA), Bryan Bedford, afirmou que a decisão busca aliviar a pressão sobre o sistema. “Não hesitaremos em tomar medidas adicionais para garantir que as viagens permaneçam seguras”, declarou.
As companhias aéreas foram orientadas a reembolsar integralmente os passageiros cujos voos foram cancelados, embora não sejam obrigadas a cobrir custos extras, como hospedagem.
Além dos cortes, a FAA limitou lançamentos e reentradas espaciais comerciais ao período entre 22h e 6h (horário local). Voos que desrespeitarem a medida podem render multas de até US$ 75 mil.
As empresas aéreas afirmaram apoiar o plano por motivos de segurança, mas pressionaram o Congresso a encerrar a paralisação. “O objetivo da FAA é aliviar a pressão sobre o sistema de aviação. Essa é a nossa prioridade também: não vamos abrir mão da segurança”, disse o CEO da United Airlines, Scott Kirby.







