Governo se anima com negativa de Motta a Tarcísio em dia de julgamento

Governo se anima com negativa de Motta a Tarcísio em dia de julgamento

A negativa de agenda do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) entusiasmou o entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Líder do governo na Casa, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que a atitude do colega demonstra independência com relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), que acontece nesta terça-feira (2/7).

“É muito importante. Um presidente de poder tem que se manter acima nesses momentos de crise das disputas políticas e preservar o poder do Legislativo. Agiu corretamente e engrandece a figura dele. Foi importante para o Congresso e fortalece sua autonomia”, disse Guimarães ao Metrópoles.

Tarcísio tenta convencer lideranças políticas a avançar com o projeto de anistia aos envolvidos com o 8 de Janeiro, o que a oposição acredita que poderia beneficiar Bolsonaro. O governador é cotado para disputar a Presidência, e tem dado sinais de lealdade ao ex-presidente em busca do seu aval para concorrer ao cargo em 2026.

Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por causa do ataque às urnas, sem prova, numa reunião com embaixadores quando ainda era presidente da República. Dessa forma, acredita-se que uma eventual anistia não o tornaria, necessariamente, candidato na eleição do próximo ano.

Para Guimarães, o projeto de anistia não pode ser levada adiante. “Esse tema não deve entrar em discussão essa semana. Não se pode interromper [um julgamento] feito a luz do dia e alguém querer interditar isso. As instituições funcionam do jeito que a Constituição manda. O projeto deveria ser enterrado”, afirmou o parlamentar.

Segundo interlocutores de Motta, o presidente da Câmara afirmou a Tarcísio, por telefone, que o projeto de anistia não tem apoio para ser aprovado. Em conversa nessa segunda (1/9), o parlamentar afirmou que não há adesão a uma proposta que promova um perdão “amplo, geral e irrestrito”, como o quer o PL, partido de Bolsonaro.

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