Grupo ergue boneco de Bolsonaro em dia de julgamento: “Sem anistia”

Um grupo de manifestantes se reúne, na manhã desta terça-feira (2/9), em uma manifestação, cobrando a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Integrantes do Comitê de Luta do Jardim Botânico chama a atenção de motoristas na subida do Jardim Botânico, pouco depois da Ponte JK.
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No local, o grupo inflou um boneco gigante de Bolsonaro. Ao lado, uma faixa com os dizeres “Sem anistia para golpistas” reforçou a mensagem do protesto.
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Foto dos manifestantes na Ponte JK (DF)
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Foto do boneco do ex-presidente Jair Bolsonaro
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Faixa escrita: “sem anistia para golpistas”
Imagem cedida ao Metrópoles
De acordo com os organizadores, a mobilização busca “dar visibilidade à demanda popular por justiça e pelo fim da impunidade em relação aos atos golpistas”. Eles defendem a “punição exemplar dos envolvidos como forma de proteger a ordem democrática”.
“O que está em jogo é a democracia brasileira. Não podemos aceitar que os responsáveis pelos ataques às instituições fiquem impunes”, afirmou um representante do comitê.
Ainda segundo o grupo, o protesto integra uma série de ações planejadas em diferentes regiões do Distrito Federal e do país, em defesa da democracia e da Constituição.
Julgamento no STF
O julgamento de Bolsonaro e outros sete aliados começa nesta terça na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sob forte esquema de segurança e com os olhares da imprensa do mundo voltados para o Brasil. Os cinco ministros da Turma analisarão a ação penal sobre suposta trama golpista atribuída ao ex-chefe do Palácio do Planalto e aos outros sete réus que visou anular as eleições de 2022.
No total, o STF recebeu mais de 3 mil inscrições para acompanhar o julgamento, sendo 501 profissionais de imprensa, do Brasil e do exterior, credenciados para as datas de análise.
Por segurança, a Praça dos Três Poderes amanheceu cercado por grades. E cerca de uma hora antes do julgamento, agentes da Polícia Judicial fizeram varreduras com cães no STF.
O julgamento poderá ser acompanhado ao vivo a partir das 9h:
O núcleo 1, chamado de crucial, é composto por Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência – Abin); Almir Garnier Santos (almirante e ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional); Jair Bolsonaro (ex-presidente da República); Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, além de delator do caso); Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).
Até o momento, a previsão é que somente Paulo Sérgio Nogueira acompanhe o julgamento no STF. Os outros réus devem assistir pela TV, pois o julgamento será transmitido. Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Celso Villardi afirmou à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, que Bolsonaro não vai presencialmente.
Metrópoles transmite julgamento de Bolsonaro
O grupo responde por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e privacidade de patrimônio tombado.
Veja datas e horários do julgamento
- 2/9 (terça) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
- 3/9 (quarta) – das 9h às 12h.
- 9/9 (terça) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
- 10/9 (quarta) – das 9h às 12h.
- 12/9 (sexta) – das 9h às 12h/ das 14h às 19h.
Primeira semana
A primeira semana de julgamento se iniciará com o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, abrindo a sessão. Na sequência, o relator da Ação Penal nº 2.668, ministro Alexandre de Moraes, lê o relatório, que é uma espécie de resumo do caso.
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Alexandre de Moraes foi sancionado pelo governo Trump
Hugo Barreto/Metrópoles2 de 5
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Cármen Lúcia acompanha votos de Moraes STF
Reprodução4 de 5
Flávio Dino
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Ministro Luiz Fux
Antonio Augusto/STF
A expectativa é que a leitura do relatório por parte do ministro Alexandre de Moraes seja breve. Após a apresentação do “resumo do caso”, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para sustentar a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede a condenação de Bolsonaro e dos sete aliados. Não necessariamente Gonet vai usar todo o tempo que tem disponível.
Passada essa etapa, será aberto espaço para as sustentações orais dos advogados dos oito réus. Cada jurista terá até uma hora para defender o seu cliente perante os ministros da Primeira Turma.
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É esperado que a primeira semana de julgamento se encerre com as sustentações orais dos advogados, deixando o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, para abrir a sessão do dia 9 de setembro (terça-feira), já na segunda semana.
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Arte/Metrópoles
Confira os réus do núcleo crucial
- Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin, ele é acusado pela PGR de atuar na disseminação de notícias falsas sobre fraude nas eleições.
- Almir Garnier Santos: ex-comandante da Marinha, ele teria apoiado a tentativa de golpe em reunião com comandantes das Forças Armadas, na qual o então ministro da Defesa apresentou minuta de decreto golpista. Segundo a PGR, o almirante teria colocado tropas da Marinha à disposição.
- Anderson Torres: ex-ministro da Justiça, ele é acusado de assessorar juridicamente Bolsonaro na execução do plano golpista. Um dos principais indícios é a minuta do golpe encontrada na casa de Torres, em janeiro de 2023.
- Augusto Heleno: ex-ministro do GSI, o general participou de uma live que, segundo a denúncia, propagava notícias falsas sobre o sistema eleitoral. A PF também localizou uma agenda com anotações sobre o planejamento para descredibilizar as urnas eletrônicas.
- Jair Bolsonaro: ex-presidente da República, ele é apontado como líder da trama golpista. A PGR sustenta que Bolsonaro comandou o plano para se manter no poder após ser derrotado nas eleições e, por isso, responde à qualificadora de liderar o grupo.
- Mauro Cid: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso. Segundo a PGR, ele participou de reuniões sobre o golpe e trocou mensagens com conteúdo relacionado ao planejamento da ação.
- Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa, ele teria apresentado aos comandantes militares decreto de estado de defesa, redigido por Bolsonaro. O texto previa a criação de “Comissão de Regularidade Eleitoral” e buscava anular o resultado das eleições.
- Walter Souza Braga Netto: é o único réu preso entre os oito acusados do núcleo central. Ex-ministro e general da reserva, foi detido em dezembro do ano passado por suspeita de obstruir as investigações. Segundo a delação de Cid, Braga Netto teria entregado dinheiro em uma sacola de vinho para financiar acampamentos e ações que incluíam um plano para matar o ministro Alexandre de Moraes.
Alexandre Ramagem é o único que só responde por três crimes, devido a uma decisão do STF. Após pedido da Câmara dos Deputados, dois crimes foram sustados da análise, por terem sido cometido depois da eleição do parlamentar. Ramagem responde por organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.