Israel amplia operações militares e pede evacuação da Cidade de Gaza

Israel amplia operações militares e pede evacuação da Cidade de Gaza

O Exército de Israel informou neste sábado (06/09) que designou uma nova “zona humanitária” em Khan Yunis, cidade no sul da Faixa de Gaza, enquanto continua ofensiva para ocupar completamente a Cidade de Gaza, no que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou como uma “etapa decisiva” na guerra contra o Hamas – grupo considerado organização terrorista tanto por Israel quanto por outros países, incluindo Estados Unidos, Alemanha e vários países muçulmanos.

“Diante da expansão da operação terrestre na Cidade de Gaza e da tomada de bastiões do Hamas como parte da Operação Carruagens de Gideão 2, o Exército anunciou a designação de uma zona humanitária em Khan Yunis”, diz o comunicado militar.

Zona com acesso a ajuda humanitária

No texto, o Exército também garante que esta nova “zona humanitária” inclui “hospitais de campanha, aquedutos e instalações de dessalinização” e que haverá um “fornecimento contínuo de alimentos, tendas, medicamentos e equipamento médico”.

“A partir de agora, e com o objetivo de facilitar a evacuação dos habitantes da cidade, declaramos a área de Mawasi como zona humanitária”, anunciou em uma mensagem em árabe publicada nas redes sociais pelo porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee. “Aproveitem a oportunidade e dirijam-se sem demora para a zona humanitária”.

O certo é que Israel já havia estendido no ano passado até Khan Yunis a região conhecida como “área humanitária”, que na época se limitava à zona costeira de Mawasi (no sudoeste), que abriga um conjunto de acampamentos, onde vivem centenas de milhares de civis de todas as partes de Gaza que buscam abrigo da guerra entre Israel e Hamas. Neles, os habitantes do território têm vivido em condições precárias, sem luz e sem água.

Derrubadas de grandes prédios

O anúncio surge depois de o Exército ter também avisado na sexta-feira que “nos próximos dias” iria lançar uma campanha de bombardeios contra os últimos edifícios altos que ainda se mantêm de pé na capital de Gaza, alegando ter encontrado neles “infraestruturas terroristas”.

Neste sábado, o Exército israelense confirmou ter bombardeado outra torre residencial de grande altura na cidade de Gaza, garantindo que ela era “usada pelo Hamas”.

“Terroristas do Hamas instalaram equipamentos de inteligência e estabeleceram postos de observação no prédio para monitorar a localização das tropas na área”, diz um comunicado militar.

Na nota, o Exército afirma que o grupo palestino também havia “estabelecido infraestrutura subterrânea junto ao edifício”.

Este é o segundo prédio de grande altura que o Exército bombardeou na Cidade de Gaza nas últimas 24 horas. Na sexta-feira (5/9), os militares israelenses derrubaram um grande prédio residencial após um bombardeio com caças.

A derrubada ocorre em meio a uma nova campanha de ataques aéreos com o objetivo destruir os últimos prédios que ainda estão de pé antes de assumir o controle total da cidade.

Ao longo destes quase dois anos de ofensiva em Gaza, Israel tem usado o mesmo argumento para bombardear escolas, abrigos, tendas, clínicas, hospitais e pontos de distribuição de alimentos: a presença de “infraestrutura terrorista” do Hamas, na maioria dos casos sem apresentar provas.

Além disso, desde outubro de 2023, o governo de Benjamin Netanyahu vetou a entrada da imprensa estrangeira na Faixa de Gaza, além de ter assassinado centenas de jornalistas gazatenses.

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