Israel mobiliza 40 mil reservistas para nova ofensiva em Gaza

Ao reintegrar milhares de reservistas às fileiras de seu Exército na terça-feira (2/9), Israel intensificou os preparativos militares para uma nova ofensiva anunciada na Cidade de Gaza, após quase dois anos de guerra contra o grupo palestino Hamas.
As tropas israelenses estão sendo preparadas “logística e operacionalmente para extensas operações de combate e para a mobilização maciça de reservistas”, afirmou um comunicado militar.
Diversos veículos de comunicação do país noticiaram que a primeira leva de 40 mil reservistas convocados está retornando às suas unidades.
“As tropas estão passando por uma série de exercícios de treinamento de combate em áreas urbanas e abertas, com o objetivo de aprimorar sua prontidão para as próximas missões”, acrescentou o Exército, enquanto os ataques israelenses continuam na Faixa de Gaza.
Bombardeios continuam
Em Gaza, 56 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses nesta terça-feira, segundo a Defesa Civil Territorial — uma organização de primeiros socorros que opera sob a autoridade do Hamas desde que o movimento islâmico assumiu o poder no enclave, em 2007.
O Exército israelense afirmou estar investigando as mortes, mas ressaltou que é muito difícil coletar informações sem a hora e as coordenadas precisas dos eventos relatados.
Diante das dificuldades de acesso de jornalistas à região, não é possível verificar de forma independente os relatos e informações das diferentes partes envolvidas. No entanto, imagens registradas por um jornalista da AFP em Tel el-Hawa, um bairro ao sul da Cidade de Gaza, mostram socorristas do Crescente Vermelho removendo o corpo sem vida de uma menina dos escombros, completamente coberto de poeira.
“Estávamos dormindo em nossas casas e, de repente, acordamos com o som de bombardeios e destruição. Encontramos a maioria de nossos vizinhos mortos ou feridos”, relatou Sanaa al-Dreimli, uma moradora, à AFP.
Apesar da crescente pressão, tanto externa quanto da opinião pública israelense, para encerrar a guerra, que resultou em um desastre humanitário na Faixa de Gaza, o governo ordenou ao Exército que lançasse uma nova ofensiva na Cidade de Gaza, com o objetivo declarado de aniquilar o Hamas e recuperar os reféns ainda mantidos no território costeiro sitiado.
As Nações Unidas estimam que aproximadamente um milhão de pessoas vivem na Cidade de Gaza e arredores, onde foi declarada situação de fome.
Ao aprovar os planos militares para a conquista de Gaza no final de agosto, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, autorizou a mobilização de cerca de 60 mil reservistas.
Muitos desses reservistas estão deixando suas vidas, famílias e empregos para trás pela quarta ou quinta vez desde o início da guerra, desencadeada pelo ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
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