Lagarde: inflação na Europa está sob controle e tarifas afetaram pouco
A inflação está controlada na zona do euro e as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos afetaram a economia do bloco menos do que se esperava inicialmente. A avaliação foi feita nesta terça-feira (30/9) pela presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
Segundo a chefe da autoridade monetária europeia, todos os indicadores vêm mostrando que a inflação está sob controle neste momento. No radar, pelo menos por enquanto, a tendência é que o BCE mantenha por mais algum tempo a taxa básica de juros no patamar atual de 2% – ela está inalterada desde junho.
“Como podemos modelar o futuro, os riscos para a inflação parecem bastante contidos em ambas as direções”, afirmou Lagarde em entrevista coletiva, em Helsinque, na Finlândia.
“Com as taxas de juros agora em 2%, estamos bem posicionados para responder se os riscos para a inflação mudarem ou se surgirem novos choques que ameacem nossa meta”, completou a presidente do BCE. A meta de inflação na zona do euro é de 2% ao ano. Em agosto, o indicador ficou exatamente neste patamar.
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Em sua última reunião, encerrada no dia 11 de setembro, a autoridade monetária da Europa anunciou a manutenção da taxa de juros sobre depósitos bancários em 2%. O BCE também manteve a taxa de refinanciamento em 2,15%, e a de empréstimos, em 2,4%.
Lagarde afirmou, na ocasião, que o processo desinflacionário na zona do euro havia chegado ao fim, com o cumprimento da meta de inflação em 2% ao ano.
“Os riscos para o crescimento econômico se tornaram mais equilibrados, já que os acordos comerciais reduziram a incerteza. Ainda assim, a possibilidade de novos choques pode afetar as exportações e enfraquecer tanto o crescimento quanto o consumo”, disse Lagarde.
Tarifaço de Trump
Ainda de acordo com Christine Lagarde, o tarifaço comercial imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre grande parte dos produtos importados dos países europeus não causou impactos tão negativos na economia da Europa, pelo menos por enquanto.
Para Lagarde, apesar das projeções iniciais mais pessimistas, as tarifas não geraram grandes interrupções na cadeia de oferta. Além disso, os governos aumentaram seus gastos para impulsionar o crescimento, não houve retaliação por parte da União Europeia (UE) e o euro acabou se valorizando.
“Isso reflete o fato de que a imposição das tarifas dos EUA coincidiu com uma reavaliação mais ampla da posição do país no sistema financeiro global”, explicou a presidente do BCE. “Os investidores começaram a questionar se o dólar continuaria a garantir seu status de moeda de refúgio seguro”, concluiu Lagarde.