Lula e Zelensky selam a paz entre eles após reunião na ONU

A recente tensão entre Brasil e Ucrânia foi amenizada durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky selaram a paz após meses de rusgas. O encontro entre os dois líderes aconteceu na quarta-feira (24/9).

Lula e Zelensky na ONU

  • Lula e Zelensky não se reuniam pessoalmente desde 2023, quando se encontraram na Assembleia Geral da ONU daquele ano.
  • Desde que Lula assumiu o terceiro mandato como presidente, a relação entre Brasil e Ucrânia passou por momentos de turbulência. 
  • Apesar do líder brasileiro se mostrar disposto a mediar negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, Zelensky criticava declarações de Lula, vistas como favoráveis a Putin. 

Horas após a reunião nos Estados Unidos, Lula falou com repórteres sobre a conversa com o líder ucraniano, classificada como “importante”.

Segundo o mandatário brasileiro, durante a conversa que durou cerca de 1 hora, uma promessa foi feita a Zelensky: a de que ele conversaria com autoridades mundiais, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre soluções de paz à Ucrânia.

Uma das proposta apresentadas por Lula foi a criação de um grupo de países para visitar Moscou e Kiev, com o objetivo de construir um acordo conjunto e público para o fim do conflito. Isso porque, na visão de Lula, os limites nas negociações já foram impostos por ambos os lados envolvidos na guerra.

Zelensky, por sua vez, agradeceu o “posicionamento claro” do líder brasileiro sobre um possível cessar-fogo, e disse ter mantido uma “boa conversa” com Lula — a quem convidou para visitar a Ucrânia. 

Veja:

Crise de meses

A reunião em Nova York, a pedido do governo ucraniano, marcou o primeiro encontro entre Lula e Zelensky em dois anos. A última vez que os dois conversaram pessoalmente foi em 2023, durante a Assembleia Geral da ONU daquele ano.

Desde aquele ano, a relação entre Brasil e Ucrânia passou por momentos de turbulência, provocada por posicionamentos do líder brasileiro vistos por Kiev como posicionamentos pró-Rússia.

O ponto de maior tensão aconteceu em maio deste ano. Na época, Lula aceitou o convite de Vladimir Putin para participar das comemorações do 80º aniversário do Dia da Vitória, e viajou para Moscou.

Antes mesmo de chegar na capital da Rússia, a presença de Lula no evento passou a ser criticada pelo governo da Ucrânia, que enxergou a viagem como mais um aceno positivo do líder brasileiro a Putin.

Por conta do episódio, Zelensky recusou ao menos duas tentativas de ligações telefônicas do presidente do Brasil.

Além disso, os impasses atingiram diretamente a representação diplomática da Ucrânia em Brasília, que está sem embaixador desde julho, após Zelensky não indicar um nome para substituir o antigo chefe da missão ucraniana no Brasil, Andrii Melnyk. Um gesto que, no mundo diplomático, é visto como um sinal de descontentamento de um país em relação a outro.

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Reunião melhor que a anterior

O reencontro entre os dois presidentes foi recebido com entusiamo pela diplomacia brasileira, que classificou a conversa como “bem melhor” que a anterior, em 2023.

Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, ouvidas pelo Metrópoles sob condição de anonimato, a reunião em Nova York é fruto de um trabalho de resgate da diplomacia presidencial realizado nos bastidores.

Em junho deste ano, Lula e Zelensky chegaram a marcar um encontro durante a cúpula do G7, no Canadá. Apesar de problemas na agenda do líder brasileiro que inviabilizaram o contato, interlocutores da diplomacia nacional viram “um gesto importante” na tentativa de reaproximação entre os dois presidentes, que acabou se concretizando nesta semana em Nova York.

“Enxergamos com muita alegria o diálogo presidencial e a melhor compreensão dos empenhos do presidente Lula pela paz e para ajudar a encontrar soluções políticas para o fim da guerra”, disse uma autoridade ligada à embaixada do Brasil em Kiev após a reunião entre Lula e Zelensky nos EUA. “Manteremos ao mesmo tempo a agenda bilateral forte em apoio a cooperação humanitária, em saúde, meio-ambiente e em bioenergia e educação e cultura, ao passo em que o trabalho político pela paz ganhou maior dinâmica nos últimos meses e sobretudo a partir do novo diálogo presidencial”.

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