Lula exonerou indicado de relator na véspera de definição da anistia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou do governo o último indicado do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP, ao centro na imagem de destaque), às vésperas de o parlamentar se tornar o relator do PL da Anistia. O congressista apoiou a eleição do petista em 2022, mas se afastou do Planalto diante de embates ele.
O exonerado foi Jefferson Coriteac, que exercia o cargo de presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Ele faz parte da executiva do Solidariedade, partido presidido por Paulinho. Ocupava o cargo de tesoureiro-geral da sigla.
A exoneração foi assinada por Lula na terça-feira (16/9) e publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (17/9). Na manhã dessa quinta-feira (18/9), Paulinho da Força, padrinho político do demitido, foi anunciado como relator da anistia.
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Procurado pelo Metrópoles para comentar a exoneração do aliado, Paulinho da Força ironizou: “O governo é muito bom de política”. O deputado, porém, disse que dialogará com os interlocutores do presidente Lula, se essa for a vontade do Planalto.
Anistia
Apesar de ter rompido com Lula, Paulinho da Força deve rejeitar a ideia da direita por uma anistia ampla, que possa impedir que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpra pena. O ex-mandatário foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
A expectativa é que o relatório a ser apresentado por Paulinho da Força ofereça apenas uma redução de pena aos manifestantes do 8 de Janeiro, sem perdão a Bolsonaro. “Pelo que já vem sendo conversado, acho que eles [os bolsonaristas] sabem que não dá para passar [a versão ampla]”, disse Paulinho em entrevista ao Metrópoles.