Mauro Cid pede baixa do Exército: “Não tem condições psicológicas”

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou, na tarde desta terça-feira (2/9), durante sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que o tenente-coronel pediu baixa do Exército, alegando problemas psicológicos.

Durante sustentação oral, o advogado Jair Alves Pereira destacou que em virtude do acordo de delação premiada, Cid “perdeu tudo”. “Não é exigível que se pretenda que um colaborador que se expõe do que se expôs Mauro Cid, que literalmente perdeu a carreira, tudo. Se afastou da família, amigos e de uma carreira militar que era seu sonho”, destaca.

O jurista continuou e afirmou que diante do desgaste do processo da trama golpista, Cid decidiu abandonar a carreira militar.

“Se ele dá sustentação e dinâmica dos fatos, e dá, por que ele não teria os benefícios que ele ajustou? Não seria justo que o Estado, agora, depois de fazer tudo isso, depois de ele estar com cautelar diversa da prisão por mais de dois anos, afastado de suas funções. Inclusive, agora, pediu baixa do Exército, porque não tem mais condições psicológicas de continuar como militar”.

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Ao Metrópoles, a defesa de Cid afirmou que o tenente-coronel já deu entrada no processo de baixa.

Os advogados do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também destrincharam as contradições nas oitivas de Cid à Polícia Federal (PF). “Não é exigido que se pretenda que um colaborador, como Mauro Cid — que se expôs, perdendo a carreira, que se afastou da família, dos amigos — consiga trazer detalhes de forma que a investigação acabe em uma contradição. Não posso exigir, pelo abalo psicológico, por tudo que sofreu, pela pressão de ser procurado, pela mudança de advogado, pela mudança de tese. Isso é algo que a natureza do ser humano autoriza, que algumas vezes ele possa dar alguma escorregada. [Mas] Nada, nada, jamais sem comprometer o acordo de delação”, disse.

Acompanhe o julgamento ao vivo no Metrópoles.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na tarde desta terça-feira (2/9), o julgamento da ação penal sobre a suposta trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo 1. O grupo, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, tentou anular as eleições de 2022 para manter Bolsonaro no poder.

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