Morre 6ª vítima de incêndio que atingiu clínica de reabilitação no DF

Morre 6ª vítima de incêndio que atingiu clínica de reabilitação no DF

Morreu, nesta segunda-feira (22/9), a sexta vítima do incêndio que atingiu a Comunidade Terapêutica Liberte-se, no Paranoá. Luiz Gustavo Ferrugem Komka (foto em destaque), 21 anos, estava internado desde o dia em que a clínica pegou fogo, em 31 de agosto.

Luiz Gustavo estava internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O jovem chegou ao hospital com problemas no pulmão devido à inalação de fumaça e com os rins comprometidos. Ele precisou de hemodiálise, mas não resistiu após uma parada cardíaca.

Dentro da casa incendiada havia 21 pacientes, que estavam trancados com cadeado. Diversos internos relataram terem sido acordados por gritos de “ó o fogo, ó o fogo” e pelo barulho de vidros e telhados sendo quebrados. A fumaça rapidamente tomou conta do ambiente.

De acordo com os internos, no momento em a casa pegou fogo, não havia energia elétrica no local, e a visibilidade era extremamente reduzida. Devido à intensidade do fogo na entrada, os internos não conseguiram utilizar essa saída. A evacuação foi feita por janelas, que tiveram as grades arrancadas manualmente.

As janelas da casa possuíam grades de ferro fixas, e a porta de acesso era metálica, com vidro, fechada por cadeado pelo lado externo. O espaço era destinado “a internos considerados de maior risco de fuga ou em início de tratamento.

Seis pessoas morreram e ao menos 11 foram internadas, com ferimentos e intoxicação por fumaça.

A clínica não tinha alvará de funcionamento, mas acolhia mais de 46 internos. Desses, 21 estavam dentro da casa incendiada, trancados com cadeado. Os outros 26, em outra edificação, na parte externa.

Além de Luiz Gustavo, as outras vítimas fatais foram identificadas como Darley Fernandes de Carvalho, José Augusto, Lindemberg Nunes Pinho, Daniel Antunes e João Pedro Santos.

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Atualmente, a clínica contava com mais de 20 internos

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Cinco pessoas morreram durante um trágico incêndio em uma clínica de recuperação

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Lugar funcionava clandestinamente

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Delegado não descarta crime de cárcere privado

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O Corpo de Bombeiros conteve as chamas e levou as vítimas aos hospitais regionais de Sobradinho (HRS) e da Região Leste, no Paranoá (HRL)

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As causas do início do fogo são desconhecidas. A 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investiga o caso

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O Instituto Terapêutico Liberte-se, casa de reabilitação de dependentes químicos no Paranoá (DF), pegou fogo na madrugada deste domingo (31/8), por volta das 3h.

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Incêndio provocou uma tragédia

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Prisão de sócios e funcionários

Quatro pessoas envolvidas no incêndio da unidade do Instituto Liberte-se, no Paranoá, foram presas temporariamente pela PCDF, na última quinta-feira (18/9).

A reportagem apurou que um dos proprietários presos é Douglas Costa de Oliveira Ramos, de 33 anos. Também foram detidos sua esposa, Jockcelane Lima de Sousa, 37 anos, e Matheus Luiz Nunes de Souza, 23 anos. A identidade do quarto envolvido não foi confirmada.

Segundo o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Bruno Cunha, as detenções dos responsáveis pelo estabelecimento foram necessárias após informações colhidas durante as diligências.

Os presos estão sendo investigados por homicídio doloso, cárcere privado e prescrição de medicamentos sem receituário. Caso sejam condenados pelos crimes, eles podem pegar mais de 30 anos de prisão.

“Outras oitivas que tivemos reforçaram que o comportamento penal relevante deles foi intenso, no sentido de manter as pessoas trancadas no momento do incêndio, não adotando as providências necessárias para fazer o local funcionar de acordo com a lei”, afirmou.

De acordo com o delegado, os sócios da comunidade terapêutica são diretamente responsáveis pelo funcionamento da clínica em desconformidade com a lei.

O resultado da perícia do incêndio ainda é aguardado. “Mas tudo indica que foi causa humana. Resta saber se foi intencional ou não”, comentou o delegado.

Crédito da Materia

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